EXEMPLOS DE VIDAS

EXEMPLOS DE VIDAS

Mamede sempre foi um rapaz turrão falava pouco e não cultivava amizades. Nascera de parto normal no final do século XIX no seio de uma família rica. Seu pai era titular da patente d Capitão, titulo comprado as duras penas do Império do Brasil.

Fez seus estudos na capital Goiáz e se especializada em língua portuguesa. A prole da casa era composta por onze filhos divididos entre homens e mulheres.

Naquela época os casamentos eram arranjados e a combinação com a filha de um capitão não deu certo. A moça fugiu com um capataz lá pelas bandas de Olho Dágua.

Mamede não sofreu nada de nadiquinha, pois não chegou nem a conhecer a eleita, mas o seu pai o Coronel foi regiamente compensado pelo capitão com uma tropa de burros.

A vida para ele corria normal naquele Curralinho esquecido como ponto de passagem para a Capital da província.

Vai daí que ele apaixona por uma moça de cabaré a engravidando.

Após o escândalo formalizado ele teve a honradez de amparar e assumir o seu ato. A família não concordou com o casamento.

Ele ergueu uma choupana e viveu com ela até no dia do parto. Por falta de médico naquela época quem atendia sempre era uma parteira. O parto complicou-se consegui salvar a filha, mas a mãe morreu.

Mamede dedicou a sua vida na criação da filha. Não a afastou de sua família e ela cresceu e foi educada no meio de todos como se uma deles fosse.

O seu pai curtindo uma paixão sofrida não casou e nem arrumou outra companheira.

Tudo que fazia era a sua filha Zulmira o alvo principal.

Ela teve sua vida normal casou e teve três filhos.

Mamede envelhecera e aos 85 anos entrou em estado vegetativo. Surdo, cego e deplorável estado cadavérico.

Sempre ao seu lado a filha de seu primeiro e único amor.

A dedicação que ela teve com o pai foi a responsável por dez anos de agonia em um catre. Dando-lhe comida na boca o limpando das necessidades feitas na cama.

Na morte do pai ela sentiu-se pesarosa mais aliviada e dali em diante foi viver sua própria vida.

Goiânia, 24 de dezembro de 2008.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 25/12/2008
Código do texto: T1352090
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