MAVERICK POSSANTE
MAVERICK POSSANTE
Era um sonho iniciado com um pôster do Mustang esporte postado na sala de Tv de minha casa. Era um veiculo envenenado para provas de arrancada, nessa época um sonho para nós povinho do hemisfério sul, sub utilizado pelos patrões em filmes bizarros ou fantasias inverídicas. Mas aquele retrato era um sonho.
Logo depois do lançamento do Corcel cor de mel, que teve até música do Luciano do Valle, algum tempo depois, surge pelas ruas da cidade o MAVERICK de oito e seis cilindros. Não demorou muito para virar sonho de consumo da plebe ignara e gastadora.
Conseguir uma unidade tornava-se cada dia mais difícil, desde que não se quisesse pagar o ágio. principalmente depois que as revendas descobriram a mina de ouro que tinham nas mãos e sempre que se queria adquirir um vinha ese jeitinho de cobrar mais.
Querer um eu quero, mas pagar ágio, eu que sou de Itaberaí jamais.
Derrepente não mais que derrepente, urge na minha frente um anúcio de um revendedor de Itumbiara. Além de ter todas as cores da grade não me cobra ágio e me enche o tanque de gasolina, sem cobrar nada mais além do preço de tabela.
Coloquei o dinheiro no bolso e fui lá para a beira do Paranaíba. Nem preocupei com assaltos. Naquela época ainda não tinham inventado essa modernidade.
Chegando lá escolho um verde sonhando em colocar um decalque do Goiás Esporte Clube.
Na volta quando a esburacada estrada permitia eu colocava 140 km hora. Via-me como um Joan Fangio ao volante. Faltava a estrelinha, mas no nome já tinha o M da Mercedes.
A inveja dos colegas de trabalho era grande. Só pode estar roubando com a merreca do salário que ganha não dá para comprar um. Não passou muito tempo que o meu patrão comprou um hidramático, naquela época carro de velho e outro parente estravagou-se comprou um de oito cilindros.
Quando falei para o meu filho mais velho sobre o decalque do Goiás ele me orientou:
- Está doido pai no último jogo contra o Vila a torcida detonou um carro do Goiás por causa do decalque.
Aí então me via no POSSANTE SEM O DECALQUE.
Goiânia, 15 de novembro de 2008.