A RAZÃO lV

VOCÊ QUER TER RAZÃO OU SER FELIZ?

 

Há algum tempo atrás, estava em uma pequena lanchonete que eu tinha, estava com cara de poucos amigos, devido a uma discussão familiar.

Quando adentrou ao meu estabelecimento, que era conjugado com minha residência, um amigo Pastor, seu nome, Camargo, este chegou e deu-me um abraço fraternal e após desejar-me a paz de Cristo travamos o seguinte dialogo:

* Desculpe-me pastor, pois não abri ainda a lanchonete!

- Qual nada meu amado, estou aqui em missão.

* Mas que missão é esta meu caro pastor?

- Eu mesmo ainda não sei, só sei que o Senhor tocou em meu coração e mandou que eu viesse para cá.

- E você e a família? A esposa como vai?

* Ah Pastor! Tá meio ruim, eu e a patroa discutimos, sabe como é que é né? Ela sempre acha que esta com a razão, mas novamente a razão é toda minha.

- Anh! E daí?

* Daí o que pastor? Se eu “to” certo, “to” certo e pronto.

- Sim, e daí? Você quer ser feliz ou ter razão?

* Mas.... mas...

- Não me venha com “mas mas”, eu estou a lhe fazer um questionamento direto e a pergunta é: Você quer ser feliz ou ter razão?

* Mas pastor e se eu estou com a razão?  Que que eu faço?

- Escolha! Ser feliz ou ter razão?

- Mas não me respondas ainda, vou te contar uma historia real.

E o Pastor iniciou a narrativa.

- Certa vez, um amigo meu de infância, que sempre tinha a razão como seu ponto principal, era, a razão sua bússola, seu norte, pois bem! Este meu amigo vivia a comentar suas “vitórias” ante a sua ânsia de razões.

 Quando ainda éramos jovens, este chegou a se vangloria por um de seus atos, logicamente que dentro de suas razões, havia ele esbarrado com sua bicicleta em um garoto que perambulava por uma rua estreita a fazer zig-zag, segundo ele, como que querendo ser atropelado, pois bem ele jogou este pobre menino de cara no chão por achar estar em sua razão, o menino, viemos a saber depois, tinha problema de hipoglicemia, e ficava tonto sempre que não era acudido, e assim foi indo sem se importar com a felicidade ou razões alheias.

Cresceu, casou-se, constituiu família, tinha mulher e um filho.

Uma vez chegou a mim e disse em tom de bravata:

# Hoje ganhei o dia, tinha um idiota andando de moto e vinha a toda velocidade andando pelo “corredor” (espaço que é utilizado por motociclistas nas vias da cidade que corresponde ao espaço ente uma pista e outra), dei uma “banda” no mané e o trouxa se espatifou no chão com moto e tudo.

Depois de relatado o fato, chamei-o para estamos orando e pediríamos a Deus que mudasse aquele seu comportamento e ele rispidamente respondeu-me.

 # “Rapáaaa”, se eu estou com a razão mudar pra mó de que meu caro?

Então eu orei por sua família e disse-lhe que se porventura ele mudasse de idéia eu estaria pronto a ajuda-lo, ele riu e disse que quem precisava de ajuda eram os caras que andavam errado, não disse mais nada e foi embora.

Foi a ultima vez que o vi.

Alguns anos depois encontrei com a mulher deste meu amigo, estava ela com duas crianças e um outro homem ao seu lado, eu cumprimentei a todos meio que intrigado e ela percebendo que eu estava meio que confuso disse-me, sem mesmo ter eu indagado qualquer coisa:

## É pastor, veja só como é a nossa vida! O senhor deve de ta se perguntando cadê o Sergio, né mesmo? Pois então, sabe com é né. Ele e aquela mania de tá certo em tudo que fazia, que para mim aquilo não era razão ou certeza que ele tinha das coisas, era teimosia mesmo, pois foi numa dessas teimosias da razão que aconteceu:

Estávamos vindo lá de Carapina, se sabe? Lá no Município da Serra, foi ai que aconteceu, voltávamos para casa quando o Sergio avistou de longe um outro motorista que vinha em sentido contrario ao nosso, e este vinha numa velocidade tremenda e fazia manobras arriscadas, foi ai que o Sergio falou que se ele continuasse a vir daquele jeito ele ia se “ferrar”, pois ele não iria tirar o nosso carro da frente nem que a vaca tossisse, e a vaca não tossiu, é que não deu tempo, e batemos de frente com o outro carro, e lá foi nóis com vaca e tudo pro meio do brejo, o rapaz do outro carro veio até nós e nos ajudou no que pode, tirou eu é o Serginho do carro, antes que ele afundasse no córrego d’água que caímos, e lá se foi o Sergio e sua tola razão por água abaixo, literalmente.

Foi ai que eu fiquei sabendo a historia do rapaz que colidiu e nos resgatou, o nome dele era João e ele contou que por diversas vezes havia se acidentado por causa de seu problema, contou que quando era pequeno ao passar mal por causa de ser hipoglicemico vinha zig-zagueando por uma rua estreita e de repente sentiu uma forte pancada em suas costas e caiu desacordado, e ali ficou até ser socorrido, e depois quando adquiriu sua primeira motocicleta, quando sentiu que estava por passar mal acelerou e tentou conseguir ajuda em um hospital nas proximidades, quando um motorista, sem saber o que lhe afligia, jogou o carro em sua direção e ele foi de encontro ao chão e se espatifou com moto e tudo, e desta vez havia sido pior, pois ao passar mal ao volante de seu veiculo, sequer sabia onde estava e por este motivo dirigia de modo estranho e perigoso não tendo controle sobre o veiculo o que culminou com aquele nosso grave acidente.

Eu fiquei como que atordoado diante dos acontecimentos narrados, ela como que percebendo que eu estava atônito fez as apresentações dos que estavam com ela.

## Ah pastor! Deixa eu lhe apresentar a minha família, este é o Serginho que o senhor já conhece, este aqui é meu outro filho já do segundo casamento, o João Miguel, e este é o meu Marido, que Deus colocou em meu caminho, Homem temente ao Senhor, e muito paciente, este aqui é o João, é o mesmo João do acidente.

- Despedi-me ainda meio que abobado, e fui para minha casa refletindo e orando.

E eis que te pergunto:

- Você quer ter razão ou ser feliz?

Silencie por alguns instantes e ainda, meio que aborrecido respondi entre os dentes.

* Ser feliz.

- Com esta cara que esta fazendo o Maximo que vai conseguir é espantar a freguesia, refaça sua escolha, só que agora escolha com o coração.

* Tá bom meu amigo Pastor, já me decidi, eu quero é ser feliz.

Deixei o Pastor sentado na lanchonete por alguns instantes e entrei em minha casa, fui ao quarto onde estava minha esposa e sem dar lhe chance de pronunciar qualquer palavra eu a abracei e disse:

* Desculpe-me! Fui muito ignorante e não parei para pensar se a ofenderia ou não, desculpe-me de verdade.

ai do quarto e retornei para a lanchonete, e lá chegando encontrei o pastor orando, sentei-me ao seu lado e esperei que findasse a oração e dei-lhe um abraço fraternal e agradeci a sua vinda, levantei-me e fui preparar um lanche talvez até como forma de agradece-lo mais ainda, para meu espanto minha esposa entrou na lanchonete toda sorridente cumprimentou o pastor e veio até mim e me deu um abraço e disse:

  $ .  Meu amor me desculpe, eu refleti e vi que estavas certo, peço desculpas de todo o meu coração.

O pastor juntou-se a nós e fez uma linda oração, mas esta eu relato outro dia.

* Eu, Marcelino Rocha

- Pastor Jesiel Camargo

# Sergio

## Esposa do Sergio

$ .  Minha Esposa

Marcelino Rocha
Enviado por Marcelino Rocha em 30/11/2008
Reeditado em 23/12/2008
Código do texto: T1311492