O QUINTO MOSQUITEIRO

Entra ano e sai ano e eu continuo com quarenta e seis anos de idade.

Gostei. Acho quarenta e seis um número bonitinho e, além disso, tenho a impressão que morrerei quando chegar aos cinqüenta anos.

Assim, os anos passam e eu continuo com a mesma idade. Não é uma boa?

Contudo, para o bicho não pegar, tomei a decisão de deixar o sedentarismo de lado e dedicar-me a uma atividade física regular para evitar esse papo de cerca Lourenço, como: colesterol, triglicerídeos, pressão alta, e outros de menos Ibope.

Escolhi o tênis, não esse de mesa com bolinha de ping-pong, mas aquele que joguei na infância, tênis de quadra, de saibro ou grama.

Parti para ação, comprando um uniforme completo, todo branco (tênis, meias, short, camisa, tornozeleira, protetor de pulso, bandana, e etc.).

Só faltava o principal, a raquete, que precisava escolher com carinho, dada a variedade de tipos, marcas e preços. O interesse era comprar entre as mais famosas: “DAVIS CUP ou WILSON”, o que não encontrei.

Nesse vai e vem, compra ou não compra, estava de carro no rio de janeiro, quando o sinal fechou e, por razões que a própria razão desconhece, surgiu um fornecedor, desses que fazem ponto nos cruzamentos, oferecendo raquetes a preços de ocasião

Vapt-vupt, comprei e corri para casa.

No caminho, fiquei lembrando das regras e técnicas daquele esporte brotão, digo brotão e não bretão, pois o esporte bretão é o futebol, e o tênis foi o esporte que pratiquei quando broto, daí brotão.

O paredão, o ace, o smash, a paralela, o saque, fundo de quadra, as bolas junto à rede, as curtas, as longas, etc., enfim todas as jogadas possíveis e imagináveis desse esporte da inesquecível MARIA ESTER BUENO.

Lembrei, ainda, do BORG, referência do tênis mundial e ícone do nosso GUGA.

Cheguei em casa, na Tiririca, todo ansioso, e mostrei a raquete que havia comprado,

Era o símbolo do meu retorno ao esporte.

E MC Quequela apenas falou e arrasou : “ISSO É RAQUETE P’RÁ MATAR MOSQUITO”.

PQP, havia sido enganado.

Mas, se do limão faz-se a limonada, dei a volta por cima, sacudi a poeira e fui em frente.

Os mosquitos que se cuidem!!! Depois de Dartagnan, Portos, Atos e Aramis, vem aí... TIRIRICA, O TERROR DOS MOSQUITOS!