Polly e os Idiotas
Seu nome era Polly,mas ninguém a chamava assim. Na verdade não a chamavam de coisa alguma.
Ela era estranha. Muito estranha para dar a real dimensão do caos em que vivia. A maquiagem preta , o all star sujo ,os brincos que lembravam uma feira hippie, nada nela era igual as outras garotas.
Não que Polly não tentasse , ela realmente tentava parecer com elas , mas era ai que se sentia ainda mais estranha .
O diretor da escola a considerava uma aberração da natureza. Onde já se viu! Uma menina decente matar aula para ajudar uma colega com terríveis dores estomacais? Cúmulo da criancice !!
A garota realmente não entendia porque, todo o santo dia, as crianças tinham que cantar o hino nacional , enquanto os professores diziam que o que elas deveriam realmente fazer era se mandarem para o exterior "já que essa merda já tá toda fudida mesmo !"
O que Polly queria mesmo era escrever...
tentou participar do jornal da escola . Mas logo foi expulsa, por que o diretor era um santo , um anjo de candura, e não deveria ser nunca , jamais, tão vilipendiado por uma diabinha que não entendia nada de nada.
E a tal diabinha não entendia mesmo ! Preferia andar pelas ruas da cidade a ficar trancada na escola tendo aulas de história e filosofia. Motivo?... bom... digamos que o hippe da praça soubesse mais do que seus professores.
Polly gostava de ficar com o que algumas pessoas chamavam de idiota. Bastava alguém se sentir um pouco excluído e pronto ...lá ia ela conversar com a criatura.
E ela conheceu de tudo ... um interprete do Elvis, que toda a vez que passava por um poster do Rolling Stones tinha um ataque epilético , uma moça que achava ser uma caturrita , e uma menina maniaco depressiva que todo dia inventava um novo modo de tentar se suicidar ( o mais perto que ela consegui chegar foi um braço quebrado) .
Polly era realmente a criatura mais estranha que alguém poderia avistar . Mas não tinha problema.
Diabinhas crescem, e crescendo se tornam seguras o suficiente para entender que ás vezes , ser estranho é a nossa própria salvação.