ESTRELA DE LUZ II ....

- Caminhando bem devagar naquele piso vermelho, quase não enchergando nada, cheguei ao quarto, escuro, abri a porta bem devagarinho, mas o meu velho resmungou... o que aprontou agora??? quase morri de susto...de bate pronto, dei a notícia, vou visitar a tribo amanhã. Ele num salto, sentou na cama, como??? perguntou, expliquei tudico de tudo. Pegou um fósforo, colocou fogo em uma lamparina, porque já não mais tinha energia, tinham desligado os motores e ningém mais saia na rua, sob. pena de sofrer as sequelas do interior bravio do sertão goiano.
- Pensativo falou, tudo bem, engasgando com a fumaça da lamparina, você vai, mas não beba nada, para não ficar ruim. Outra coisa, caso alguma índia olhar para você, não fixe o olhar, para não ter problema. Não se envolva em disputas ou lutas, seja mais filho de sua mãe e não de seu pai. Não saia de perto de nosso amigo, ele cuidará de você como sempre cuidou de mim, inclusive salvando minha vida certa vez.
- Ele é um xamã poderoso nas ervas e magias elementares, ele vai tentarfazer um teste com você, não beba o chá, porque ele vai conhecer o teu espírito e libertá-lo, você ficará uns três dias viajando entre as estrelas, pensa que estou brincando... eu fiquei 5 dias, conheci diversas até hoje as visito em meus sonhos, até sei qual irei ficar primeiro, quando chegar a minha passagem. Filho, ficarei a te esperar, caso não volte dentro de 5 dias irei te buscar, será uma experiência única.
- Ah!! sobre a rosa, ela adora rapaz novo, matou o marido colocando pó de vidro moido na sua sopa durante anos, é dada algumas coisas entranhas, apenas converse, leve de barriga, senão você não sai daqui tão fácil que Allah o proteja. 
- Eu vou sair amañhã cedo para visitar duas outras cidades e voltarei daqui dois dias, esta tudo acertado, ENTENDEU !!!!! Finalmente, ira me fazer um favor, tem uma lista de compras com o índio e dinheiro também, organize as compras e não deixe levar bebida, ele irá entregar para uma índia que você irá conhecer, mas tudo ficar sabendo, vendo, ouvindo, ficará lá, não confunda as coisas, um dia eu te explicarei tudo certo. Como todo bom escutador, balancei a cabeça e fui dormir. 
- O sono não chegava, as muriçocas atacavam, pequenas grandes, bico fino e bico grosso, rasantes mil, até que acordei as 09:00hs e meu pai havia saido. Levantei coloquei umas roupas na mochila, peguei meu chapéu de lã, canivete corneta, uma faca  de mola de caminhão, com empunhadura de chumbo, feita manualmente por meu tio, uma bota mateira, calça de lee, camisa verde de brim, tudo organizado para a viagem, fui tomar o café e procurar o amigo. 
- De cara encontrei a famosa D. Rosa, foi logo dizendo bom dia amor!!! o teu lanchinho esta na cozinha, vamos lá, pegou-me pelo braço e conduziu delicadamente, ao entrar na cozinha ela me colocou para sentar e logo foi encostando aquele  corpo bem estruturado e conservado em minhas costas, senti um frio danado, senti um pouco estranho, pensando na sopa de vidro e dei uma risada, quando alguém a chamou lá na entrada, aproveitei e rapidamente tomei o café, peguei minhas coisas e passando por ela avisei que iria sair com o indio e dei tres beijinhos em sua face, quando ela virou de uma vez, roçando suavemente teus lábios carnudos nos meus, cheguei a bambear, ela perguntou, vai me trocar assim limpinha e perfumada por uma india catinguenta, escutei uma voz dizendo, melhor uma india catinguenta que uma bruxa perfumada.   
- Ao sair escutei ela dizendo, seu pai falou para você voltar dentro de 5 dias, estou te aguardando meu docinho de leite... o indio de voz baixa disse, coitado da vaca dona deste leite...
- Atravessamos uma avenida proibindo trânsito de animais,  não sei para que, não passava ninguém, chegamos a venda, peguei a lista, mas que lista, coisa de louco, parecia um carregamento, indaguei ao amigo, isto é para toda a tribo, ele falou não é apenas para uma índia e seu filho. Terminamos as compras, e ficamos aguardando o inglês. Logo chegou o sargento, dizendo que o barco estava chegando, tinham avisado pelo rádio, ia chamar o estrangeiro, para ir ao porto (parecia que tinha sofrido um ataque de bombas, todo quebrado. Encontramos a turma já esperando o navio, eu estava já preocupado para quem era aqueles mantimentos, o amigo não esticava conversa. 
- Quando chegou o barco, colocamos as coisas para dentro e fui deitar em uma das disponíveis  redes na parte superior. O indio me acompanhou e o ingles também, o tres olhando um para o outro, quando eu perguntei, quantas horas de viagem, 3 horas rio acima, a tribo fica no outro lado da ilha. 
- O sol queimando, a mata sem barulho, todos estavam em repouso diante aquele esturricamento climático, o indio ja estava quase de tanga, o ingles sem o seu blusão bege importado e sem as botas, calças regaçadas, camisa desabotoada, parecia mais um coronel de ressaca. 
- Após a última curva, deparamos com o final da ilha e consequentemente a aldeia de meu amigo. Ele esta de pé, olhando tudo e todos, satisfeito, cheio de energia, estava em casa. Eu querendo entender e aprender também muitas coisas, mas só chegaria a uma conclusão ´depois que conhecer os fatos. 
- Os membros da tribo logo que viram o barco correram para praia, gritando, pulando, realmente estavam alegres, ajudaram a descarregar todos os mantimentos, especialmente os nossos, o índio aproveitou o barco e comprou fiado mantimentos para toda aldeia. O barqueiro avisou daqui a três dias voltarei para pegar a todos, se não estiverem aqui voltam a nado. Despedindo e retornou ao ponto de origem sumindo no curso daquele maravilhoso lugar.  
- Ao caminharmos até o centro da aldeia deparamos com um indio de idade, fui apresentado, ele estava fumando um grande cachimbo e me deu umas tres baforadas e voltou para as suas falas solitárias...caminhamos para a casa da índia quando deparei com a linda figura, o índio falou alguma coisa em sua língua, percebi que ela olhou diferente para mim, quando  fui apresentado fiquei espantado pela sua formosura, tinha uns trinta cinco anos, corpo perfeito, seios pequenos, mediana, olhos grandes e negros, com cabelos longos, lindíssima, logo perguntou-me pelo meu pai, respondi esta muito bem e quem é você, qual é o seu nome ? o amigo indio me pegou pelo braço e falou, vamos visitar minha mãe, ela quer te conhecer, sai devagar, pensativo, caminhei para outra oca e fui colocado para dentro, sentei no chão, comecei a conversar com esta senhora india que falava um pouco a minha lingua, prestando atenção percebi que o irmão indio estava preparando um chá especial para visitantes especiais, fique na dúvida beber ou não beber, não tive alternativa, chegou com uma cuia cheia de um líquido verde, parecia uma baba cosmica, beba, vai sentir uma liberdade que nunca sentiu e vai conhecer coisas que nunca mais verá e saberá de coisas que ficarão aqui eternamente, mandei ver, o gosto horrível, caldo grosso,  amargo, doce, fedorento, muito estranho, logo comecei a olhar coisas e elas começaram a mexerem, percebi detalhes naquele lugar que não havia prestado atenção, olhava para os dois conversava com eles através dos olhos, comecei a perder a noção ou comecei a ter noção, sai de uma realidade...realidade...realidade...(Estrela de Luz continua...)  
Kulayb
Enviado por Kulayb em 27/10/2008
Reeditado em 03/11/2008
Código do texto: T1251656
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