-EI, Ó O AUÊ AÍ, Ô!

- EI, Ó O AUÊ AÍ, Ô!

Alberto Lopes

Uns jogam, outros batem na carteira. Outro se levanta e anda sem rumo, mexe com qualquer coisa ou com alguém. Toda hora alguém pede - ou melhor, grita: - Poooosso ir no banheiro? Toda hora alguém agride alguém. Pufessor, posso ir no banheiro? - Fessor, posso ir no banheiro? Posso ir no banheiro? Oh! Pfessor tá pegando na minha... Cala a boca!...

- Rê, rê, rê... Ai, cacetada! É eu! O Vinício achô bão, essa puta, fio duma égua. Eu te pego, eu te pico, eu te cago no pinico! Trêis veis o Muçum...

Um com dedo no nariz, outra soprando bola de chicletes.

- Pára mininu! Dedé deu um peido lá no mato.

Um pula sobre as carteiras. - Deixa eu ir no banheiro?

- Pô-ô-ô-ôr–r-rada!

- Pááááá-ra, eu num tô brincano, eu tô quetinho.

- Ele falô bobão!

- A lá fessô, mandou o mininu tomá no cú. É a Kelly!

- Aqui fessô, ele tá bem bateno na cacunda da gente.

- Isso é de nóis fessô?

- Tem “ocorrência” pra mim, fessô?

- Deixa eu ir no banheiro fessô?

- Mas o senhor num vai falá quem foi não?

- A lá professor, jogando papel lá...

- Fessô, ele fica jogando buchinha de papel ni mim!

- Ele me deu um tapa na bunda!

Aos alunos da 5ª C

Resplendor, 25 de Agosto de 2005.

Alberto Lopes
Enviado por Alberto Lopes em 27/10/2008
Reeditado em 17/11/2008
Código do texto: T1251628