MEU NOME NÃO É ROSA
Ele nasceu Rozalino Albuquerque, e como era de costume se apelidar a todos, acabou sendo privilegiado com Rosa, não a flor, mas o diminutivo de seu nome. E nem ele e ninguém de sua família se incomodou com isso.
Mas quis o destino um rumo diferente para o Rosa. (essa frase eu vou tirar, é muito manjada). Vamos novamente: O Rosa não sabia o que o destino lhe tinha reservado. Aos 16 anos a paixão chegou tal lavas de um Vesúvio. O nome desse vulcão? Rosa.
Aí sim começaram as brincadeiras maldosas. “O Rosa namorando a Rosa? Não acredito!” – “Você viu o Rosa naquele agarro com a Rosa?” – “E aí Rosa, como vai sua roseira?” – “O que pode resultar dessa cruza? Um jardim de espinhos”.
E outras tantas que a boa educação não permite aqui descrever.
Foi daí que uma das famílias resolveu dar um basta naquela brincadeira. Foram até à direção do colégio e exigiram o fim dos apelidos. A diretora se comoveu com os argumentos e resolveu proibir tal prática.
Foi de classe em classe e explicou sua decisão. Chega de Pedrinho, Joãozinho Chiquinha, Tião, Jack, Bastião, Tita, Lu. Todos receberam um nome ao ser batizado e por ele deve ser chamado.
A pessoa cresce e o apelido o acompanha como cicatriz e isso pode causar transtorno tanto para ele como para os familiares. De hoje em diante, está terminantemente proibido chamar os colegas por apelido.
Em uma dessas classes os alunos estavam comemorando o aniversário de um colega. A diretora, agora mais simpática, perguntou à professora para quem era o bolo e esta apontou o segundo aluno daquela fila.
A diretora se aproximou lhe estendendo a mão para os parabéns e perguntou:
- Quantos anos Rosa?