Caro e indeciso subalterno

O computador era a grande vedete da casa. Recém chegado, novinho. O técnico montando a máquina e o filho de Ernesto em volta, fascinado, louco para acessar a famosa internet. Só que Ernesto, apesar de tentar, também não disfarçava seu entusiasmo. Finalmente, depois de muita poupança conseguira atender ao pedido do filho. Pronto!! Máquina devidamente habilitada. E Ernesto teve o cuidado de não deixar instalar nenhum programa pirata, tudo era legal e registrado. Valeu a pena umas cervejas a menos e a negativa peremptória ao pedido da mulher para que a sogra viesse passar uns dias com eles. Bela e justificada desculpa. Ernesto sentou-se em frente ao pc e começou a testar. E sorria a cada sucesso. E o filho cutucando e pedindo que ele entrasse na tal de net. Ernesto, solícito, atendeu....de repente, uma mensagem e um som de trovão. A mensagem dizia “vírus detectado. O que deseja fazer?” Ernesto olhava com cara de bobo para a tela, sem dizer nada, quase em estado de choque. O silêncio podia ser tocado. Finalmente Ernesto olha para a esposa e para o filho e diz com voz quase sumida. - Gastei uma grana preta, investi meses de trabalho para um programinha de merda vir me fazer uma pergunta cretina dessa. E, já babando vira-se para o computador e grita, apopléctico:

- Subalterno faça o que foi pago pra fazer, bolas.