CARGA DE LENHA

Penso logo... Está torto. O carrego despenca, arranjo encrenca, a fadiga aumenta o estresse aparece, o dia escurece e não arranjo lugar para uma prece. Ali mesmo quando o sol já declina, faço minha oração com o olhar para cima.

Retiro a cangalha de minha companhia, que sofrendo comigo a mesma agonia de nada reclama... Se espoja em sua "cama" o espinhaço a coçar, trocando as orelhas, refletindo no olhar o alívio do jugo a findar.

Num tronco d´uma árvore vou me agasalhar, pra espantar o cansaço que é de matar... Travesseiro de pedra reclino a cabeça... E só aguardar que o dia amanheça.

Zumbido na mata das setas noturnas, apesar de espantosas, talvez - menos perigosas, que as diurnas... Cochilo profundo, por instantes, esqueço do mundo.

A barra quebrando, melado - que burro bom!!!- assoprando, como quem me chamando pro novo labor.

Vida!!! Vida difícil, porém sensatamente feliz.