AMOR AOS 84 ANOS (cor)
ESTÓRIA DE JANJÃO E ETELVINA.
Nem sem por onde começar é um desses causos que enriquece a vida da humanidade.
Etelvina viúva de um antigo milionário sempre gostava de dar umas namoricadas desde a época que era casada. Os filhos e filhas fingiam não saber de nada bem como o seu marido. A vida lhes corria translúcida e maravilhosa quando ele cardíaco fora tentar uma cirurgia de colocar um pequeno balão nas artérias mais comprometidas com o colesterol.
A notícia deste procedimento cirúrgico lhe chegou por intermédio de uma revista e ele de pronto procurou o Dr. Zerbini lá de São Paulo a fim de se submeter a uma operação dessas. Sempre muito realista e passando dos oitenta e dois anos despediu dos familiares e amigos acalmando-os é uma operação de rotina, mas ele sabia dos riscos que se submeteria, mas como ele muito debilitado, falara descrente a alguns se não for posso morrer a qualquer hora e se for posso fazê-lo tentando a operação. Pelo sim pelo não vamos lá. Não deu outra foi a óbito durante a cirurgia.
Isso aconteceu há uns quinze anos. Etelvina ficou muito deprimida, pois se preparavam para comemorar a Boda de Ouro do casamento.
Mas como ela sempre se cuidara muito bem vivendo uma vida social intensa, até parece que não envelhecia, trasparecendo-lhe sempre os traços de uma mulher bonita.
Entre a solidão e a depressão encontrara um paliativo em reuniões de um clube onde a melhor idade se diverte. Ela avista um cavalheiro que também a olha com insistência. Daí a pouco estavam dançando, rodopio pra cá rodopia pra lá, aperto de mãos e logo logo rostinho colado. Dançava-se um bolero e nos mais idosos exerce uma força danada.
Assim do flerte ao namoro foi um pulo e do namoro ao "nomorido" um pulinho. Essa contra dança já faz dois anos. Bem a família dela deixa pra lá, é a família dela. Ele com cinqüenta e cinco anos também têm família, mas como a estória não é da família, vamos deixar pra lá.
A estória continua em rodopios e não obstante o que pensa às famílias, fale como disse o poeta Vinicius de Morais, "que sejam felizes eternamente enquanto durar".
Goiânia, 19 de setembro de 2008.