O Comentário
Nos dois últimos anos no serviço ativo na BM, pelos relevantes serviços prestados fui “agraciado” em servir num local, onde tinha que se andar de perneira e soro antiofídico no bolso, se é que me entendem?
Tinha um dos integrantes que estava sem CEP, tinha feito uma parceria com a mulher, ela entrou com o pé e ele com a bunda, juntou os mijados e foi morar no Quartel, numa naba de dar gosta, numa merda que fedia no Japão.
Todas as sextas-feiras ele “organizava” um almoço, na base da contribuição voluntária, coisa que ele não participava, só fazia o “agá”.
Numa ocasião o prato principal era peixe assado com batata, arroz e salada de tomate e alface. Durante o almoço surgiu a conversa sobre bebidas, eu informei que tinha ido a Rivera no Uruguai e trazido duas garrafas de Amarula.
Um aspone baba-ovo que só ele, quis fazer média com o Comandante, e lascou essa:
_ Que o senhor achou, Chefe, isso pra mim e bebida de VEADO.
O Chefe que estava mastigando um pedaço de peixe,engoliu, limpou a boca , calmamente tomou um gole de suco e falou ao puxa-saco:
_ Pois olha, tchê, eu a-do-ro Amarula, minha esposa sempre que viaja ao Uruguai, sempre me trás, duas ou mais garrafas.
O baba-ovo mais vermelho que os tomates da salada, engasgou-se com peixe, retirou-se da mesa, sufocado e se foi “ a la cria”.
A última vez que tive noticia dele, estava servindo numa cidade da Serra, onde a temperatura máxima em dia de sol a pino, beira ao -5º C.