ERA UMA VEZ...
Os professores costumam afirmar que contar e ler histórias para as crianças é um excelente caminho para a formação de leitores. Acredito na veracidade de tal afirmação porque me tornei uma leitora graças à infância rica no que se refere a ouvir leitura de histórias e “causos”. Muitas dessas histórias eram verídicas enquanto outras não passavam de puro folclore, mas contribuíram para enriquecer minhas fantasias de criança.
Lembro-me, por exemplo, das situações vividas pela jornalista Cristina Sampaio que tinha uma empregada muito competente e cuidadosa. Ela jamais guardava uma caixa de chá Mate Leão junto aos demais alimentos da casa.
Certa vez, depois de fazer as compras do mês, Cristina colocou o chá Mate Leão sobre uma pilha de arroz, para desespero da empregada. “Quer matar a gente, dona Cristina, juntando Mate Leão com arroz?” E completou: “Se essa coisa é capaz de matar um leão, imagine o que pode fazer com uma pessoa!”
Outra história de que me recordo, é a do jornalista George Alberto, repórter muito respeitado, que atuava em um jornal de circulação diária em Natal. Dono de um excelente texto, o jornalista logo angariou a antipatia de um colega de redação, o colunista social Alcides Madureira, que decidiu procurar um terreiro de macumba para acabar com a carreira de sucesso do colega.
Um amigo, porém, contou ao jornalista aquilo que Alcides tramava contra ele. George não se fez de rogado. Foi à feira do Alecrim onde comprou uma cabeça de bode, 12 velas coloridas, um pacote de pregos e pedaços de fitas de várias cores.
Em casa, encheu a cabeça do bode com os pregos, colocou numa bandeja com farofa e enfeitou com as velas e fitas coloridas. Depois de meia-noite, colocou o “presente” no jardim da casa de Alcides.
Ao se deparar com um “despacho” no seu jardim, Alcides, com as pernas trêmulas, mandou chamar seu pai de santo. Este, ao ver o tal “despacho”, afirmou: “Alcides, meu filho, quem fez esse trabalho é um macumbeiro fino, que sabe muito bem o que faz. Eu não me acho capaz de desfazer esse trabalho e acredito que nem na Bahia você vai encontrar alguém capaz de desatar esse nó. Talvez só consiga no Maranhão. E arranje dinheiro porque o serviço vai custar muito caro”.
29/junho/2008
OBS.: Qualquer semelhança com fatos reais será mera coincidência