MEU AMIGO...

Caro AMIGO,

Desculpe não te enviar notícias mais assíduas, mas têm horas na vida que eu necessito do silêncio de uma reclusão para encontrar a mim mesmo e um pouquinho de Deus guardado em meu peito. É que a correria do dia-a-dia, o barulho da vida, o encontro superficial das pessoas absorve a minha identidade pessoal e eu acabo me tornando mais um na multidão. Mas a verdade cruel é que isto me deprime e isola, por isto tenho que buscar lá dentro de mim a energia restauradora para o meu bem-estar.

Meu caro amigo, a saudade de você é algo que sempre irá doer, visto que há dentro de nós, em nossa essência um pouco daquele “Tomé apóstolo” que só crê se puder ver. No entanto eu te garanto que também sou um pouco assim e te confesso que minha felicidade seria completa se você estivesse por perto. Ainda não aprendi com a vida, nem tampouco com o crescimento espiritual a não ser materialista e confesso que sinto a falta de ver, o prazer de apalpar, de tocar mesmo. Penso que é a insegurança de não estar mais no ventre materno. Esta marca ainda trago e preciso ser tocado. Receber o calor humano e a energia física das pessoas que amo ainda é uma das minhas dependências.

Mas o que eu queria mesmo te dizer é que estou bem. Por isto te escrevo: para dizer que tudo está bem comigo.

Beijos e abraços,

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 16/05/2008
Reeditado em 16/05/2008
Código do texto: T991835
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