São Paulo, 01 de Maio de 2008.
XAMANDO POR VOCÊ
Minha amada e querida Xama. Conhecer-te foi uma das melhores coisas para mim. Um homem com o coração fechado para o amor. A vida faz isso muitas vezes. Não era depressivo, mas racional demais – como até hoje.
O tempo nos molda conforme nossa caminhada. Hoje aos 34 anos, não tenho mais aquelas fantasia dos 18. Era muito sonhador e romântico; e, por ser assim, era muito ciumento e possessivo – ainda passo por momentos assim. Um ciúme de atenção. Não era só com as namoradas, com amigos também. Porém, como disse, o tempo é o melhor professor.
Aprendi que temos que aceitar o que o outro pode nos dar – em questão de amizade. O meu problema era que me dava demais e queria receber à altura. Aprendi a lidar com isso.
As pessoas têm seus afazeres, suas vidas particulares.
Agora em questão de amor é mais delicado. Quando a convidei para ser minha musa, ambos tivemos uma boa surpresa. Pois eu a achava inatingível. Com o passar do tempo, as coisas foram acontecendo. Minha mãe teve um derrame, estava passando por problemas na empresa. Um atrito com um colega poeta, e outras coisa particulares. Foi quando veio às cobranças e os atritos começaram. Não há erro nisso, mas, às vezes, perdemos as rédeas da situação.
Como disse num comentário dirigido a ti, você não escreve poemas; faz amor com as palavras. Então toda vez que a lia tinha aquela sensação gostosa de estar lendo sua alma. Um escrito altamente sensual, sem ser pornográfico, sedutor, latente, apaixonado, romântico, erótico, místico, doce, verdadeiro, inovador, original, carente, saudosista, enfim... De onde nasce tamanha sincronia de alma e natureza ao mesmo tempo? Espírito e carne num só? Não é à toa que és a minha amada Musa. A minha Beatriz, minha Dinamene, minha Helena, minha Marília, minha Xama! Sinto por não ser um Mário Roberto Guimarães, que encanta qualquer um com seus sonetos de amor à sua Musa -, mas sou sincero no que escrevo; e sempre busco corresponder de uma certa forma, pelo menos visitando sua escrivaninha. E quando gosto, entrego-me por inteiro.
Adoro todos seus escritos.
O “Mar em Chamas”, “Volta pra mim”, dentre tantos maravilhosos que escrevem em muito mexeram comigo. Então sinto-me na obrigação de replicá-los e olha que são muitos, não poucos. E nisso, peco por lê-la apenas e fazer um comentário. Sim, falta a entrega, a demonstração de amor. O que acontece depois? Uma certa provocação... Quer me tirar do sério? Já sabe como, não preciso dizer. Isso me mata profundamente. Fico chateado, sim. Por isso tivemos um certo estranhamento. Mas saiba que nunca deixei de te-la como Musa.
Como escrevi para Zelda, fazer duetos enriquece-nos, tornam os poemas mais dinâmicos, é uma experiência fascinante, onde há troca de duas mentes diferentes tornando um só ideal em emoções escritas. Sim, mas tudo tem limite.
Meu coração – que se escondia num castelo de palavras – ainda pulsa pela Xama que conseguiu incendiá-lo. Por quanto tempo ainda? Depende das circunstância, pois quando essa chama se apaga.. Para acende-la novamente...
Sei que estou meio sumido, mas ando estudando e é muta cobrança dos professores. Fora os trabalhos extras. E ainda tem o serviço, fica difícil, mas o sentimento não muda.
Beijo minha linda,