DROGAS, ASSUNTO ESCOLAR, SIM!

Basta ler o título do artigo “DROGAS: só a escola não quer ver” que já se pode ter uma noção da opinião de Débora Didone e Rúbia Muttini acerca do papel da escola no combate ao uso de drogas. Concordo em parte com a opinião das autoras, no entanto, não se pode negar o esforço de muitas escolas e, claro, de muitos professores na tentativa de afastar nossos adolescentes e jovens do uso de drogas. Não acredito que as escolas tenham virado as costas para uma das maiores mazelas sociais do país. Há exemplos e mais exemplos de escolas que realizam, constantemente, projetos de combate às drogas ou que mantêm parcerias com órgãos que também estão nessa frente de luta. Não vejo como função de diretores ou de professores subir morros ou ir até “bocas de fumo” para conversar com traficantes a fim de que estes parem de aliciar menores para a comercialização de entorpecentes. Isso é função da polícia e, mais ainda, está previsto na letra da Lei: o Estado deve promover a segurança pública. Importante, sim, é que haja parcerias contra as drogas, onde interajam a família, a escola e os órgãos de segurança pública no sentido de promover constantemente projetos antidrogas. As escolas têm, sim, dado sua contribuição, discutindo o assunto como tema transversal e o mais importante: trazendo a comunidade para essa discussão. Só alguns insistem em não ver.

CHARLIE CARDOSO, pedagogo, professor do Ensino Fundamental e acadêmico do curso de Letras 2007 da Universidade Federal do Amapá