Morada do sol, 17 de abril de 2008
Já é boa a tarde e chego te saudando com o sorriso nos lábios que só quem sabe amar pode oferecer.
Se sua noite foi em claro espero que os olhos não tragam a marca das dores que ajudou a curar, dos choros sofridos que embalou os minutos de um tempo longo demais.
Acordo de um dia difícil onde o ciúme tomou conta de um pedacinho do meu coração cansado e um tanto melancólico, mas a razão toma conta do todo maior e volto a discernir, volto a vida de sempre, pois é na rotina que me acho para me perder nos poemas de amor, nas músicas que embala as tardes e claro nos conflitos alheios que tão parecidos com os meus me permitem mergulhar no infinito do meu ser.
Adoro saber que você existe e que tem desejo de comer o que eu como, tem vontade de mergulhar na cachoeira que eu mergulho, eu tenho vontade de seguir seu rastro nos textos que me envia.
Leio com uma pressa absurda como se lendo o mesmo livro, o mesmo pensamento eu possa ter, visito sua mente, sorrio o seu sorriso, viajo nas suas praias. E como o sal do mar que te protege, eu sou a sereia do meu mar de montanhas, onde nas campinas e vales posso subir correndo e chegar ao cume, ver o rio caudaloso lá embaixo a carregar pequenos peixes. Enquanto o cardume navega eu bóio em nuvens que só existem no meu sonhar e vôo com a asa de Deus que me faz acreditar que em sua paisagem hoje eu vou habitar.
Hoje é quinta-feira, olho para o lado e vejo um vulto de azul, anjo da vida a proteger os anjinhos do mundo.
Não chove aqui, chove aí?
Caminho na sua pegada, nem sombra, nem figura, apenas amigos na mesma estrada.
Já é Boa tarde, me despeço deixando beijos ternos em sua face morna.
Beijo carinhoso,
Syl Signoretti