TE VOLIO BENE

 

 

Imaruí, SC, 10 de abril de 2008

 

 

Maria,

 

 

Confesso que estou vivendo um envolvimento muito gostoso contigo e, em virtude desse indizível enamoramento, de vez em quando, a saudade essa dor incurável e calada me fustiga com o seu açoite choroso.

Essa noite que passou, as tuas melenas, essa planície ondulada de um trigal maduro, cavalgaram misteriosamente pelos meus sonhos e, ao me acordar dentro da madrugada, senti uma vontade louca de estar no teu quarto e te envolver nos meus braços.

É verdade que vivemos momentos felizes, mas quando estamos distantes somos assaltados por essa dor incessante causada pela periódica ausência.

De fato, estamos nos acostumando a vivenciar esse sentimento que se transformou em intenso, rápido, gostoso e, sobretudo, despojado e carinhoso.

Se não for um produto da empolgação ou uma faceta lúdica da ilusão, eu quero crer que estamos preparados para trilharmos as veredas da vida.

Queira Deus que, por certo que, haverá um dia em que nos banharemos no delta do rio das nossas loucas e doces esperanças.

Na verdade minha querida Maria, adorar-te para mim sempre foi um fato, entretanto, agora eu posso garantir que te amo e causa-me até incompreensível espanto por me sentir amado por ti.

Todavia, eu sempre tenho afirmado que do futuro nada sabemos, mas dele tudo esperamos.

Entretanto, se não chegarmos a lugar algum e se o destino vier a nos empurrar para outros caminhos, eu poderei dizer sempre que fui amado por uma linda mulher.

Com todo esse envolvimento emocional que é ótimo e promissor, eu tenho também os pés fincados na realidade, mas mesmo sendo um realista, eu não vejo mais saída para nós, a não ser a comunhão perene e pacífica de direito e de fato.

Aliás, esse é o meu sonho, pois quem tem um sonho é mais feliz do que aquele que tem todos os fatos.

Por isso, eu me fiz um vassalo teu, a fim de te servir com toda a nobreza, pois na verdade, por seres uma rainha tu foste de pronto entronizada em meu coração.

Agora, eu confesso que sinto saudades dos caminhos de lua que descobri em teu lindo corpo, e do magnetismo dos teus olhos verdes que, como pássaros, pousaram no seu verdadeiro ninho.

Amo-te por fofinha!

Amo-te pelo sorriso que tens!

Amos os teus olhos e a tua alma, assim como desejo o teu corpo, esse refúgio sagrado que se transformou para mim num porto seguro de carícias.

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 10/04/2008
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