Mês de abril

BsB, 04/04/08

Grande amigo, este mês promete! Veja, já estou aqui de novo, tentando lhe dar as novas notícias. É como se elas me caíssem ao colo e não as pudesse guardar sem ao menos lhe dar uma dica do que ando fazendo ou querendo fazer por estes dias tão especiais como importantes em meu esperto viver. Vida nova! É como diria meu querido avô. Que Deus o tenha em sua majestosa casa, no quarto mais aquecido, no leito mais celestial. Eu vou bem, talvez até bem demais para os meus anseios, as minhas necessidades mais prementes. E você? Conte-me tudo, não deixe para depois o que pode me dizer agora, a vida nos oferece oportunidades para tudo, até mesmo para as pequenas coisas. É por isto que sempre digo: viva a poesia!!!

Hoje amanheceu chuvoso, tão frio e denso, que tive vontade de ficar estendido na cama como se fosse o lençol que forra o colchão ainda estalando de novo. Como se fosse uma peça trabalhada com asas de borboletas para que os desenhos formassem crisálidas verdadeiras que pudessem expandir suas asas, bombardeando sangue para minhas veias. Não sei se fui eu ou a vida, que me acordou tão enamorado. Minha amada contou-me dos desejos de ser mãe, mulher, criatura, musa e ama. De ser a defensora nata dos meus passos agora firmes e cristalinos. Contou-me da vontade de proteger-me contra todos os predadores sejam eles, vivos ou mortos.

A vida tem oferecido a mim, o que há de belo e justo. Não sei se mereço tamanha deferência de tantos deuses e vozes que me projetam para frente como se eu fosse o último tanque da batalha a ser vencido na derradeira trincheira. Não é fácil ser feliz, mas é doce sentir ser amado e querido enquanto nos sentimos gente, enquanto nos sentimos úteis.

Acho que já falei demais, minhas emoções afloraram como se meus olhos fossem a fonte dos desejos insaciáveis, como se cada sentimento, por mais esdrúxulo que pudesse parecer, tivesse um significado diferenciado nesses instantes. É possível que eu tenha encontrado a verdadeira liberdade.

Um grande abraço,