Nossa história...

Teu toque, teu beijo.. tua maneira louca de olhar através de mim... que ao mesmo tempo que não me vê desnuda meu íntimo...

Tua fortaleza e tua dependência... teria eu encontrado um ser tão paradóxo como eu?

Sinto-me bem a teu lado... mas inquieta também.. parece-me que a qualquer momento poderás ir embora, ao passo que fica bem claro que tu não queres ir!

Chegamos ao ponto em que tu tiraste a máscara de frieza e mostraste teu coração carente de sentimento, teu corpo carente de carícias, tua mão carente de conduzir, tua alma carente de se doar...

Aos poucos eu vou me apaixonando.. me rendendo a esse menino doce por de trás dessa armadura de indiferença sem fim...

Meu passado sutilmente vem batendo em minha porta e a ele eu vou respondendo que não pode mais entrar... um dia abrirei a porta sorridente e longamente conversaremos sobre os tempos que me ensinaram a ser quem sou, mas hoje não posso recebê-lo, pois a ferida ainda não cicatrizou por inteiro, ainda dói ver certo rosto amado quando olho no espelho... por isso aprendi a não ver, e não vendo aguçar os outros sentidos, viver outras sensações... fecho os olhos para tudo o que me magoou um dia e ainda de olhos fechados eu vou percebendo a vida, em seus diversos aromas, em seus sem fim sons, nas sensoriais percepções de alguém que também abrirá os olhos um dia e contemplará tua face de prazer na penumbra de um quarto iluminado pela luz da lua, e em teus olhos , encontrará a total cura para que permita que o passado venha a morrer!

Temos uma história...somos nossa história.. com começo, meio fim. .prelúdio... como nos filmes que assistimos, mas sem vilão ou mocinho. .aqui na vida real somos todos protagonistas, protagonizamos o amor, o ódio, o bem, o mal... E essa história... essa nossa história, não nasceu em um beco qualquer, nasceu para ser luz, é luz, nasceu para salvar-nos de nós mesmos, de nossa fuga existencial... Paixão... amor? Importa, afinal?

Tu vais se tornando essencial, ocupando todos os espaços, abraçando com carinho, beijando com possessividade, falando de indiferença, mostrando amor... como se a vida tivesse me posto na janela do meu próprio existir e me dissesse: 'Vês... eis o paradóxo que sois, eis teu porto, eis teu destino, eis teu homem, eis teu amor. Na medida exata do que sempre me pediste, e com a parcela de complicação que tu mesma sois... Olha o infinito, minha doce garotinha... abre as asas, alça vôo... o céu é apenas o começo, sempre... tu es fada, es sedução, es encanto, é chegada a hora de secar esse teu pranto... vai.. voa... nas asas de teu bem querer!!"

E se a vida assim o disse, quem seria essa garotinha para não obedecer... nos encontramos, pois, em um desses voos da vida, onde tudo o que realmente importa é aprender a difícil tarefa de viver, e só uma maneira de aprender... vivendo....

Deise Caroline Nunes
Enviado por Deise Caroline Nunes em 29/03/2008
Reeditado em 22/01/2013
Código do texto: T922141
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