Laços que Ferem
Um dia nos olhamos,
Quando o sol ainda brilhava,
Eram suas janelas que se abriam,
Para que as mesmas pudessem me notar...
Os dias foram passando,
E o nosso amor nascendo em uma nova filosofia,
Vivíamos de ternas saudades,
Em uma êxtasefobia...
O meu quarto tinha o perfume,
Dos nossos corpos molhados,
A minha música tinha o seu nome,
Em noites de lua...
Cresciamos juntos...
Dois adolescentes e um sonho,
Cursamos a faculdade,
Com os mesmos amigos da escola...
Quantos viam em nós um enigma no deserto,
Um suposto acidente por acaso,
Um laço frágil entre dois grandes castelos...
A vida se reúne em contratempos,
Que nos fazem cair...
Mas o amor ainda é a única riqueza,
Que nos permite levantar e seguir...
Os garotos da cidade não compreendiam,
Para eles, isso não podia existir...
Éramos uma lição para os poucos que nos conheciam,
Éramos uma farsa para os muitos que nos viam...
Conseguimos então vencer...
Mas como lentamente se vai a chuva,
Numa bela manhã de sol,
Assim também se foi você...
Nesse dia nos olhamos pela última vez,
O dia se fez cinza, e os olhares secos,
Pude estar ao seu lado quando os seus olhos se fecharam,
Para que nunca mais pudesse vê-los...
Seu corpo ainda caído,
Me fez lembrar do sonho,
Que nos levou até o fim,
Até o fim de sua vida...
A vida se reúne em contratempos,
Que nos fazem cair...
Mas o amor ainda é a única riqueza,
Que nos permite levantar e seguir...