Nossas almas.
Sonhei contigo esta noite. Minha alma, livre das limitações da matéria, foi à procura da tua. Encontrei-te dormindo tranqüila, rosto sereno. Tua alma desprendida esperava a minha com ansiedade. Abraçamos-nos, como enamorados que a muito não se viam. Que saudade eu sentia do seu perfume! Que alegria foi passar a mão nos seus cabelos e sentir o calor do seu corpo.
Voamos então de mãos dadas sobre campos verdes, sobre mares tranqüilos. Voamos, nossas almas libertas e unidas por gerações de vidas passadas, unidas por um amor eterno.
Voltamos ao nosso campo florido, à nossa árvore frondosa. Lá nas dimensões celestiais, declarei mais uma vez esse amor inacabável e implorei perdão pelas minhas faltas, que por castigo me separava, na carne, de ti.
Tu me amas de verdade, pois sorria e me dizia que não havia perdão a dar, apenas resignação. Um dia, estaremos juntos novamente.
Quão doces foram esses momentos passados em nosso lugar. A solidão, a tua ausência, a imensa saudade se dissipou, com tuas palavras, os teus carinhos, o teu calor.
Mas, nosso tempo se findou. Nossos corpos, já exigiam as nossas almas. Puxados por forças irresistíveis levei-te de volta ao teu leito e triste retornei ao meu.
Acordei, com a vontade do choro. Minha cama, vazia, menos que o coração. Teu perfume ainda nas narinas, teu calor ainda me aquecendo.
Espero agora que a noite chegue logo. Que o sono venha com rapidez e que Deus permita que eu te veja novamente.