Sobre entrevista de José Carlos Melaré

Senti-me cassado tanto quanto a turma do 14, apesar de ter votado no candidato terceiro colocado, no último pleito eleitoral de Tietê. Para a maioria das pessoas leigas, simples como eu, as eleições deveriam ter sido anulados. Assim, apenas os políticos seriam atingidos e responsabilizados por suas transgressões às leis que são cruciais na organização social democrática. Da forma como aconteceu, pareceu que apenas o eleitor (que se exime de qualquer culpa) foi punido. Faltou converter a complexidade em simplicidade para que todos compreendessem como o segundo tornou-se primeiro.

E é aqui que entra o José Carlos Melaré. Acabei de ler a entrevista no Imprensa e estou impressionado com a capacidade deste homem em transformar complexidade em simplicidade: ele sabe falar a língua do povo. Até parece que estou usando chavão para dizer o óbvio. Mas, não se trata apenas disso.

A questão é outra: as pessoas precisam compreender a engrenagem do sistema, precisam aprender que cada um tem que colocar seu ‘tijolinho’ na construção da grande nação que este país poderá ser. Uma nação de doutores é utopia. Mas, uma nação ignorante, que não entende a linguagem rebuscada de seus líderes, tem endereço certo: a miséria e o caos; e isso não é bom, nem para o grande, nem para o pequeno.

A grande virtude do ilustre José Carlos Melaré é traduzir a coisa publica em linguagem que todos compreendem. Na fala do tieteense qualquer cérebro tem neurônios suficientes para compreender que é preciso ser responsável pelo que pertence a todos. Somente assim seguiremos juntos, políticos/autoridades e cidadãos, rumo à cidadania plena.

Os ricos só conseguirão viver suas vidas nababescas - fúteis ou sérias - se os pobres possuírem o mínimo. Ninguém consegue reconhecer valores como a ética - respeito à existência e a propriedade alheias - se privado do básico à existência: alimento, vestimenta e moradia. A grande maioria da pobreza não quer mais que isto! E isto os ricos podem cobrar às autoridades aos pobres.

Parabéns ao político Melaré e que Deus o ilumine para que mantenha a transparência, honestidade, confiabilidade e simplicidade – valores tão essenciais à civilidade e tão raros, atualmente, no homem público brasileiro.

Parabéns ao Jornal Imprensa.

Forte abraço,

Antonio Jotta

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