Boa noite, meu amor, meu querido...
Minha razão de existir, minha doce psicopatia, meu delírio sorrateiro...
Venho aqui dizer que recebi tua carta e sim, claro que vou atender ao teu pedido. Ou eu deveria dizer a tua ordem? Pois que seja...
Saiba que ainda que distante, continuo sendo a mesma. Isto é, a tua
eterna escrava, meu Senhor e Dono! Por isso, se tu queres que eu me
afaste de ti, se é isso que precisas pra de fato encontrares a paz que tanto buscas e mereces, eu me farei de morta, amor meu.
Até porque minha vida longe de teus olhos não passa de um estado vegetativo, onde me arrasto apenas pra servir aos teus anseios, caso um dia tu resolvas me dar à graça de mudar de idéia...
Não penses, amor meu, que desisto fácil. Não imaginas o quanto está me custando aceitar tudo isso e agir de acordo com a tua vontade. Porém, eu não posso permitir que o meu amor seja opressor.
Eu não quero isso, anjo meu. Nem nunca quis.
Pois o meu amor por ti, meu adorado, faz com que eu te aceite do jeito
que tu és, aceitando ainda, as tuas vontades, os teus desejos, os teus gostos e os teus atos...
O meu amor é puro, é completo e é incondicional. Portanto, ele por si só se basta. Ele independe, meu querido, do que tu sintas ou não por mim. Assim, eu continuarei a te amar até o último dos meus dias de consciência. E continuarei a te ser fiel, mesmo que nunca mais nos encontremos, por que eu simplesmente não poderia agir de outra forma.
Eu sou tua e tu sabes...
Eu te amo com todas as minhas forças, com todo o meu coração, com toda a minha alma!
Apesar disso, não fui tudo o que tu precisavas, não soube te merecer, anjo meu. E, por isso, eu te digo:
_ Vai, meu querido. Busca o que eu não fui capaz de te oferecer...
E por favor, anjo meu, pelo amor de Deus, sejas feliz!