Um olhar!

Quando me olhou, me senti ferver por dentro, sem limites, sem medo...

Aquela noite, a primeira noite, era infernal e abençoada, inesquecível... Cheia de mentiras, promessas, emoções e angústias que se misturavam, se rendiam... Levou um pedaço pedaço de mim, deixou um pedaço de si... Os anos, os dias, meses passaram...

Vidas me encontraram, pessoas se aproximaram, experiências se tornaram eternas...

A imagem já não era perfeita, a lembrança vinha mas, fugia até que te vi...

Quando me olhou, me senti ferver por dentro, sem limites, sem medo...

Outra noite, desejada, inflamável, insegura, cheia de esperanças e alegrias...

Dias, Tardes, Noites, semanas passaram... outro trabalho, outro endereço, obrigações sem fim, falta de tempo. Enfim, o tempo mais uma vez, passado.

Num sonho, a lembrança do prazer, da felicidade daquele dia, daquela noite.

Mais uma vez te vi, me olhou! A ânsia da maturidade não me deixou fugir, o calor daquele abraço me aconchegou... Decidi não partir!

Quando me olhou, me senti ferver por dentro, sem limites, sem medo...

Encontro de almas, de vontades, de energias... Mil loucuras, planos que se foram, tristeza.

Distante, horas, quilometros. Apagando todos os rastros, esquecendo todos os momentos, incompleta, indefesa...

Impuro, infiel, sem laço, sem compromisso, ido, findo!

Quando me olhou, me senti tremer por dentro, sem limites, sem medo de ficar ou de ir...

ECF
Enviado por ECF em 16/12/2005
Código do texto: T86787