A n i v e r s á r i o

Depois de muito pensar sobre o que poderia lhe escrever, afim de parabeniza-la por seu aniversário, não consegui em minha mente visualizar nada que você já não houvesse ouvido de mim ou de outras pessoas.

Porém eu tinha o dever e a responsabilidade de falar-lhe, com palavras minhas, que viessem do fundo do meu coração. Porém nada que fosse incomum, que fugisse à rotina do dia a dia.

Pensei em desistir e esperar outra oportunidade, porém o meu EU, gritava mais alto e exigia de mim algo que pudesse ser sentido embora grande fosse a distância.

O atrazo, pouco importava, o mais importante seria não esquecer minha obrigação. Não uma obrigação de responsabilidade, mas sim outra que foge as perquirições do homem comum.

Minha obrigação estava ligada a minha alma, que exigia ação para expor aquilo que me viesse à cabeça.

Talvez palavras vazias, sem sentido ou lógicas, mas o importante seria lembrar e falar através da escrita.

Os outros meios seriam quase impossíveis e assim sobrava tão somente a escrita e que ainda dependeria de outros.Talvés neste momento 19 horas, você esteja no banho, no transporte ou mesmo no trabalho e por esta razão sei que nem ao menos se lembra que eu esteja vivo e pensando em você.

Não sei se você poderá entender o que falo ou penso, pois ainda são poucas as pessoas que falam a minha língua. Poucos conseguem entender o que falo.

Embora minhas palavras as vezes pareçam inteligíveis , eu falo e escuto a voz da razão. Tenho procurado fazer-me entender, porém são inúteis os meus esforços, em razão da diferença que existe em falar e escutar. Parece paradoxal, minha assertiva, mas creio e sinto que elas têm sentido para quem sabe ou quer ouvir.

Ouvir não significa apenas escutar, ouvir exige uma sensibilidade maior, algo que as vezes pode fugir à lógica do homem comum. É como ouvir o grande barulho que existe no silêncio.

Fugir à realidade em que vivemos para entrar em sintonia com o Cosmos, é principio de ouvir.

Necessário, no entanto se faz que tomemos uma série de atitudes afins, que nos coloque junto ao Alfa e o Ômega. É como unir o passado ao futuro, sobrepondo-se ao presente.Na realidade não existe presente que não tenha sido futuro e é passado.

É a nossa constante busca em procura de algo que na maioria das vezes (vidas) não sabemos definir. Na realidade é bem melhor que não se tente definir o indefinível.

Estou longe dos meus e sinto saudades por não poder vê-los conversar, sorrir ou chorar as alegrias ou tristezas de todos nós.

Aqui e agora vivo o presente de minha própria busca em prol da realização de desejos e anseios que são de quase todos os que me cercam.

As diferenças existem, porém quase sempre de ordem cultural espiritual ou mesmo emocional. As incertezas geram os desconfortos e os medos.

O medo gera e cria emoções descontroladas. Necessário se faz, pois não sentir a incerteza, vencer o medo para que se controlada a emoção passa-se a usar a razão.

Faz-se mister que o sol surja no horizonte de cada um, ocasionando por conseqüência o ofuscamento da lua, que não deveria brilhar. O ouro deve ofuscar a prata com seus raios amarelos.

Controlando-se os valores existentes em cada um, o homem consegue adquirir o verdadeiro equilíbrio, pois o ouro necessita da prata para que se valor se exteriorize no mundo dos valores materiais.

Era isso, pois o que tinha a lhe falar, não sei se irá tirar as lições de cada coisa, tudo é relativo neste mundo de MAYA.

l0/09/83- V E M

“Sou prisioneiro de meus desejos e ansiedades, à medida que luto por um ideal” -10/09/1983

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 15/12/2005
Reeditado em 16/01/2008
Código do texto: T86465