A Carta
Querido Papail Noel,
Há muitos anos que não Lhe escrevo, de certo. Mas, como se fosse ontem, ainda lembro de vovó Leda na Mesbla, com ar de deboche, dizendo que eu era muito 'tôla' de acreditar que o Senhor existia. Naquela hora, eu sabia, o sonho se tornara realidade e tive que crescer mais rápido para compreender Seu significado.
Pois bem, cresci. Mudei. Parei de Lhe escrever cartinhas carinhosas com meus pedidos de Natal. Mas estes, sim, jamais tardaram.
Nem sempre recebia-os na data Natalina, bem verdade. Mas vinham na melhor época. Na exata época em que deveriam acontecer.
Impressionante como Sua pontualidade e Sua lembrança em mim, mesmo sem minhas cartas... Jamais Esqueceu sequer um sonho, vontade ou ideal meu. Todos os pedidos, até mesmo os mais difíceis e de tantas noites de chôro... Foram os mais comemorados.
Hoje, mais ou menos 20 anos depois, recomeço nossa amizade atravéz de uma carta. Humilde, simples... Mas cheia de carinho, afeto e boa vontade. Porque isso é o que importa: Boa Vontade.
Não. Não vim pedir nada. Presentes ou sentimentos. Grande ou pequenos acontecimentos... Nada importa.
Vim só Lhe dizer um 'oi' e agradecer por jamais ter Se esquecido de mim.
Um grande abraço desta Sua filha.