Uma Carta Que Não Te Enviarei
Uma Carta Que Não Te Enviarei
Sinto saudades. Saudades do que ainda nem vivemos. Você está sempre presente nos meus pensamentos, como se ocupasse um cantinho fixo no meu coração. Não sei explicar como te amei tão rápido, como com algumas palavras suas conseguiram tocar um coração que, há muito tempo, parecia partido demais para se reconstruir.
Você talvez nem imagine, mas eu tenho medo. Medo do amor, de promessas, de ser deixada para trás, mais uma vez. E mesmo assim, te amo. Te amo tanto que às vezes dói. Dói não ter você por perto, não poder te abraçar ou simplesmente sentir seu cheiro. Nossa distância, de certo modo, me protegia desse medo, mas agora que percebi o quanto te amo, me sinto apavorada. Não quero te perder. Em tão pouco tempo, você virou tudo pra mim.
Nunca soube exatamente o que esperar da vida. Para ser honesta, houve momentos em que nem quis estar viva. Duas semanas antes de te conhecer, tentei acabar com tudo. E o pior é que não foi a primeira vez, e tenho medo de que não tenha sido a última. Não te conto isso pra que sinta pena de mim. Te conto porque te amo. Porque você merece saber quem eu sou.
Minha vida é difícil, e os problemas que carrego tornam os dias pesados. Muita gente já foi embora quando percebeu que eu não conseguia ser tudo aquilo que esperavam. E talvez existam momentos em que eu não saiba reagir do jeito certo, mas, por favor, se você decidir ficar, entenda que meus traumas e transtornos não diminuem em nada o que sinto por você.
Quando comecei a escrever isso, queria fazer uma carta de amor. No fim, virou um desabafo que já devia ter feito há muito tempo, mas ainda não tive coragem. Talvez nunca tenha. Talvez nunca te mande essa mensagem. E tudo bem. Porque o que eu sinto por você é imensidão, é verdadeiro. E mesmo com meus medos, ainda carrego uma chama de esperança, uma vontade de seguir em frente, de continuar lutando. Lutando por nós, porque agora, te tendo comigo, é como se meu coração tivesse voltado a pulsar.
Mari Minchev