Para lembrar que superei

Ainda me lembro bem daquele dia. O dia em que fui trabalhar tão, mais tão arrasada, me sentido a mais fracassada das mulheres, para piorar eu ainda ouvia a música “ai que saudade d’Oce” ( Zeca Baleiro) era como se eu estivesse procurando “sofrer’ um pouco mais, ouvindo, músicas tão melancólicas assim.

Eu lembro, e como lembro bem, daquele dia, ainda estávamos trabalhando na mesma empresa. Você tinha saído de casa ,mas eu tinha permanecido lá. Naquela casa, naquela cama e com tudo que me trazia lembranças sua; com a saudade e o medo de achar que não conseguiria viver sem você; Que engraçado pensar nisso agora. “viver sem você” que pensamento mais degradante. No ápice da minha loucura te enviava mensagens te dizendo o quanto eu estava arrasada e com saudades, e arrependida, o quanto eu me culpava por tudo, eu tinha tomado pra mim a culpa de tudo, e você sabia que não era bem assim.

E ele me dizia: "não voltarei ". Mais também não me tirava de vez do seu caminho. Em certos momentos me fazia acreditar que no fim ia voltar e ia ser melhor que antes, Mas a verdade é que ele já estava com outra, e eu conhecia bem a "outra”, eu não almocei, não me concentrei no trabalho, não ouvia o que estavam falando comigo, eu estava apenas existindo, mas eu via você, ouvia e te via viver; Mas não via o teu desprezo, tua falta de empatia, distanciamento, e indiferença para comigo.

Ah, como eu estava arrasada e cega, no auge da minha juventude eu sofria amargamente por um amor, desperdicei dias e noites me lastimando e dizendo a mim mesmo como eu tinha acabado com tudo, mas o que era esse “tudo’’? pois bem! O amor nos deixa tão cegos que não vemos o que está a nossa frente; ficamos loucos e incapazes de raciocinar, não vemos o verdadeiro ser que dorme ao nosso lado, mas que amor é esse incapaz de ver o mal que me fazia? Idealizei um ser humano que não existia e no fim me mostrou sua verdadeira face. Espero ter aprendido a lição.