Perto de você

Há uma semana estou próximo da tua casa. E, desde então, algo em mim mudou. Não é só o lugar, é a sensação. É como se, ao estar por perto, eu me aproximasse também de tudo o que senti por você, de tudo o que ainda sinto. Estar perto da tua casa é quase como estar perto de você — mesmo que você não saiba, mesmo que eu não toque a campainha, mesmo que a gente nem se veja.

Não consigo passar um minuto sem pensar em você. É automático. É inevitável. É como se minha mente tivesse criado um espaço onde você vive, e mesmo nos dias mais corridos, você aparece ali — no canto da memória, no meio de uma lembrança, ou no simples fato de eu saber que estou perto.

Hoje, fiquei lembrando do tempo em que eu escrevia pra você. Lembra? Não sei se você chegou a ler tudo o que te mandei, mas houve um dia em que pedi um sinal. Um gesto, uma resposta silenciosa que me dissesse: “estou aqui, estou lendo, estou sentindo também.” Eu só queria saber se você me via. Se o que eu escrevia tocava alguma coisa em você.

Os anos passaram. Os problemas também. Vieram dores que eu não esperava, silêncios que gritaram, distâncias que congelaram tudo. E agora, mesmo estando tão perto da tua casa, sigo com uma dúvida que me acompanha como sombra: será que você ainda me lê? Será que você ainda me acompanha, mesmo que de longe, mesmo que sem palavras?

Não sei. E talvez nunca vá saber. Mas mesmo assim, sigo escrevendo. Sigo deixando palavras pelo caminho, como quem planta esperança em terreno incerto. Talvez você não leia mais, talvez nem se lembre. Mas eu lembro. E enquanto lembrar, enquanto sentir, estarei por aqui.

Perto da tua casa.

Perto de você.

Escrevendo — sempre escrevendo — pra você.

Michel BarbosaPF
Enviado por Michel BarbosaPF em 18/04/2025
Código do texto: T8312057
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