Ainda é você.

Você foi o meu primeiro e talvez o único amor de verdade. Ainda hoje, em silêncio, me pego lembrando de nós dois. Sinto falta da sua risada leve e quando você falava “não não” me arrancando aquele sorriso espontâneo. Sinto saudade do que fomos, mas talvez ainda mais do que poderíamos ter sido, se tivéssemos nos encontrado com menos cicatrizes da vida.

Talvez o amor verdadeiro não seja o que dura pra sempre, mas o que, mesmo depois de terminado, continua morando quieto dentro da gente. E você, ainda mora em mim. Não como dor, nem como arrependimento. Mas como saudade bonita de algo que foi real. Que foi amor. Que foi nós.

Mas o tempo…

Ah, o tempo.

Ele não levou embora o amor, mas nos mostrou os limites dele.

As nossas diferenças, os medos que voltaram, a vida puxando cada um pra um lado.

E num dia comum, feito de lua e cansaço, a gente se olhou e soube.

Sem brigas. Sem mágoa. Só um silêncio cheio de adeus.

A saudade que sinto não dói como antes.

Ela virou essa brisa que passa vez ou outra, e me lembra:

eu vivi.

Amei.

E fui amado.

Como eu disse, você foi o meu primeiro amor.

O amor que chegou quando tudo já parecia tarde.

E por isso mesmo, foi o mais bonito.

Porque aconteceu quando a gente já sabia que não precisava durar pra ser eterno.

Se algum dia você lembrar de mim — com um sorriso ou um suspiro —

saiba que eu também ainda lembro.

E que, de algum modo, ainda é você.

Renato Luaêr
Enviado por Renato Luaêr em 13/04/2025
Reeditado em 13/04/2025
Código do texto: T8308584
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.