'Bença, Papai!'

O que fazer agora, papai? Não, eu sei que você não pode me ajudar... mas como eu gostaria que fosse possível!

Sou prisioneiro de mim mesmo, das minhas ações, eu sei que devo pagar por isso e, por Deus... estou pagando! O que fazer agora, papai? Onde você está? Como posso chegar até você?

Não venha até mim, ou posso te infectar, estou impuro, sou uma pessoa suja e terminalmente doente. Eu morri, papai! E é a pior morte possível, meu sangue ainda pulsa em minhas veias, mas não é meu coração que o impulsiona, mas esta terrível maldição.

E você sabe, papai, não é o medo, nem a dor da carne rasgada que me atormenta, mas sim o desprezo de quem eu amo tanto...

Eu amo? Eu amei?

Talvez se eu realmente amasse, eu não seria esse monstro.

Adeus, papai! Apague essas palavras do teu coração, não deixe que elas te atormentem, teu filho desonrou tua memória.

Teu filho não merece tuas bênçãos.

Eu pensei muito e muito em abreviar minha triste e infame passagem por este purgatório. A covardia ainda me impede de voar... mas meu voo está reservado. E a dor continua, continua, continua...