Oceano Verde

Vi em teus olhos o peso

de navegar sozinho

por mares densos e solitários.

Na despedida, descobri

que ainda chovia –

no verde do entardecer,

os olhos despertavam,

rompiam com o tempo

e se fundiam num só.

Este oceano infinito,

que carrega tantas histórias,

despertou a curiosidade

de um viajante frívolo como eu.

Então fui –

velejei por todos os cantos que pude.

Senti em meu peito

a carga emocional,

acolhida como se o mundo

pesasse demais.

E, cansado, pensei por um instante:

posso ser a calmaria

que tanto precisas?

Mesmo que relâmpagos

me toquem brevemente,

anunciando o dilema

dessa jornada incerta,

desejo voltar a navegar.

Mas preciso consertar meu barco,

sem ferir os peixes,

sem quebrar o fluxo do mar –

apenas apreciar a vista

dessa imensidão de sentimentos.

No dia em que retomar o labor,

avisarei aos mares:

não que os veja,

mas que estou de volta

para desbravar

os horizontes ocultos.

Com respeito, carinho

e todo o amor que resta em meu ser.

Mamoro Yanagiya
Enviado por Mamoro Yanagiya em 27/02/2025
Reeditado em 22/03/2025
Código do texto: T8273796
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