Quando um amigo se vai
Banharei essas linhas do mais profundo pranto
E das lágrimas secas com meu silencioso canto
Perda de mais uma vida
Mais um ponto sem final
Uma mãe enterra o filho
O novo ciclo natural
E eu num vazio quase apático
Na forma de lidar, o mais didático
Vez ou outra grito e esmoreço
Esmurro, blasfemo e me desconheço
Só pra tentar ser mais prático
O que fazer com essa dor
Pra todo dia levantar e ter ação
O dedo de espada do julgador
Não cogita o que é viver de pressão
Pra onde você foi sem se despedir?
Como Deus tão bom, pode permitir?
Onde eu estava que não te dei a mão?
Já que perdão nem mereço
queria que me puxasse do chão
Direto pra imensidão
Me espera na saída
Acende meu cigarro
Ri das histórias que narro
Concede outra despedida
próximo ponto eu saio