Quando um amigo se vai

Banharei essas linhas do mais profundo pranto

E das lágrimas secas com meu silencioso canto

Perda de mais uma vida

Mais um ponto sem final

Uma mãe enterra o filho

O novo ciclo natural

E eu num vazio quase apático

Na forma de lidar, o mais didático

Vez ou outra grito e esmoreço

Esmurro, blasfemo e me desconheço

Só pra tentar ser mais prático

O que fazer com essa dor

Pra todo dia levantar e ter ação

O dedo de espada do julgador

Não cogita o que é viver de pressão

Pra onde você foi sem se despedir?

Como Deus tão bom, pode permitir?

Onde eu estava que não te dei a mão?

Já que perdão nem mereço

queria que me puxasse do chão

Direto pra imensidão

Me espera na saída

Acende meu cigarro

Ri das histórias que narro

Concede outra despedida

próximo ponto eu saio

Daniel Jonathan
Enviado por Daniel Jonathan em 18/02/2025
Código do texto: T8267690
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