UMA CARTA AOS MEUS PAIS

Olá, sou eu, Melinda. Ainda não sei ler e nem escrever, só tenho apenas 3 meses, mas meu tio, que está escrevendo esta carta, acredito que saiba um pouco do que se passa comigo. Mesmo com tão pouca idade, não quero julgar ou condenar meu pai e minha mãe. Sei quem é minha mãe, mas até agora ainda não sei quem é meu pai. Triste, né? O amor que recebo é do meu tio e da minha tia, que, na verdade, não são meus tios de sangue, mas sinto deles todo o amor do mundo. Meu tio é como se fosse meu pai, pois o amor que recebo dele é inigualável, assim como o amor da minha tia Wigna. Sem falar das minhas irmãs, que não são irmãs de sangue, mas são filhas do meu tio e da minha tia. Parece complicado, mas são eles que me dão todo o cuidado e carinho que preciso para não crescer com muitos traumas.

Como falei no início, não sei quem é meu pai de verdade. Achava que era um, mas o exame provou que não é. Falam que tem outro que pode ser meu pai, mas pelo que estou ouvindo, parece que ele não vai querer me registrar. Como criança sofre, meu Deus!

Não importa quem seja meu pai, talvez eu precise dele só para o nome ficar em um papel. Enquanto isso, estou sendo amada e querida pelos meus tios.

Ah, mãe, vamos procurar uma casa para a gente morar? É complicado morar na casa dos meus avós, tem muita gente morando. Quero uma família onde eu possa me sentir tranquila, não gosto de barulho. Por isso que gosto da casa da minha tia Wigna, pois além do amor que recebo, lá eu sinto paz.

Mãe, não fica chateada comigo, tá? Eu ainda não compreendo tudo, mas eu te amo por você ser minha mãe.

Tchau! Beijinhos!

Melinda

Gilson Cesário
Enviado por Gilson Cesário em 07/02/2025
Reeditado em 07/02/2025
Código do texto: T8259613
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