OS 100 NOÇÃO

OS 100 NOÇÃO

Minhas têmporas palpitam ao lado do cérebro

Estou pressionado por tensões dalgures

Os inimigos gratuitos estão a tramar febris

Excitados por razões dementes e insanas

Vejo suas caveiras sorridentes. Sorriem

De dentro de seus pobres féretros de carne

Apodrecem todo dia a olhos vistos, tristes

Esquifes atrás dos balcões, pouco mais servis

Todos os dias servem coxinhas e pizzas

Pão de queijo, francês, empadas e sanduíches

Afundam-se na areia movediça da freguesia

Todos se acham nobres Condes do Sandwich

Estão em guerra insana contra si mesmos

O QI deles é menor do que o de macacos

As frustrações multiplicadas por mil

Todos os dias a música do medo pulsa

Através de seus olhos, o olhar de vilões

Da ansiedade. Roem as unhas da cidade

Servil. Comem o pão que o diabo amassou

Rezam a um deus para sarar suas feridas

A agonia capital devora a carne dos dias

E da bexiga. No cercadinho do balcão

Atendem a paróquia do consumo

Em oferta na lanchonete, na padaria

Não sabem que perderam o bonde

Mas se divertem à espera da orgia:

Futebol, carnaval e James Bond

Refletem o silêncio de suas agonias

Dedicam-se às invejas, mas não sabem

Essa musa os conduz pela mão às cegas

Para outro dia atrás do balcão.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 29/12/2024
Código do texto: T8229559
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