Nem a chuva perdoa.

Ali estava ela, mais um dia de trabalho.

Não era um trabalho "pesado" do ponto de vista de alguns,já para outros, era um trabalho indígno, insuportável,desprezível.

Mas enfim, ali estava ela, debaixo de chuva com a sua sombrinha remendada molhando os pés, esperando pelo próximo cliente.

Resmungava baixinho, e até se perguntara se não podia chover uma outra hora, quem sabe até um outro dia, pois exatamente hoje ela precisava de "clientes" ou melhor deles não, mas do dinheiro,do mísero dinheiro que a senhora gorda que cuidara do seu bebê lhe cobrava sem resentimentos.O bebê não era tão bem cuidado assim,mas ao menos tinha a onde ficar enquanto ela tentava ganhar um "dinheirinho"para garantir a sobrevivência do menino.Poxa vida,por que não parava de chover, desse jeito a água que iria cair definitivamente não era do ceú, mas sim dos seus olhos, pois o desespero já batia em seu peito.Também o que fazer?Á alguns dia vinha pensando em mudar de profissão! Mas o que faria?Só sabia fazer aquilo, não que não pudesse aprender uma nova habilidade, mas quem iria contrata-la? E depois, ela teria que aguentar desaforos de patrões que logo saberiam do seu passado e por isso se achariam no direito de aproveitar do seu corpo,e ainda sem pagar!

Não, Não! Era melhor continuar ali no seu ponto a espera de clientes,mesmo que esses, nesses dias de chuva não se atrevessem a irem ali no seu local de trabalho o tão conhecido PASSEIO PÚBLICO de Curitiba.

águia
Enviado por águia em 18/01/2008
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