Está é a Primeira Vez que Escrevo Sobre Mim, e Será Livre.

Esta é última vez que escrevo sobre você e a primeira sobre minha liberdade.

Espero que você encontre alguém disposto a ficar assim como eu estava, se você tivesse permitido, espero que você encontre alguém com disposição de batalhar a guerra que é estar com você, assim como eu.

Por que esta é última vez que escrevo sobre você e a primeira sobre minha liberdade.

Espero que você esteja mais aberto a se permitir sentir e a ser sentimento. Espero que seu espírito esteja mais limpo e leve, para que quando outra pessoa tentar entrar dentro do seu ser, ela conseguir te ver.

Limpo, sem máscaras ou pudores como eu pensava que via, enquanto me escondia por trás da frustração de não alcançar o seu âmago.

Pois está é a última vez que escrevo sobre você, e a primeira sobre a minha liberdade.

Torço para que suas dores não te impeçam de mostrar a pessoa incrível que é, e que seu medo não te paralise novamente, assim como paralisava a cada toque meu. Você lembra? Como quando nos beijamos no natal e desejamos sermos sempre infinitude de sentir? Como queríamos permanecer um no outro, e como nossos corpos eram peças fundamentais um do outro? Mas nossa infinitude acabou no seu mar raso de sentir, você já não era mais uma onda em ressaca que, quando chegava, arrancava de mim o que não poderia ser postos em palavras.

E saiba,

Está é a última vez que escrevo sobre você.

E a primeira vez que escreverei sobre a minha liberdade.

Escreverei sobre como me senti livre ao deixar pra trás a frustração de sempre querer ser melhor, para que você conseguisse dormir a noite. Escrevo sobre a leveza que é colocar a cabeça no travesseiro e dormir sem escorrer nenhuma lágrima na tela de dor que era meu rosto quando pensava em você.

Colocarei no papel às vezes que me senti presa a um sentimento que matava mais do que fazia florescer. Sentir é regar o jardim do amor todos os dias, para que não haja morte nele. O nosso, por outro lado, estava putrefato.

Seco.

Oco.

Vazio.

Escrevo para que, quando eu encontre o amor novamente, e vir estas palavras, saiba: amar é leve, sereno, sem pressão ou dores. É se sentir em casa, mesmo a quilômetros de distância, é se sentir casa, quando se está vazio. É ser Porto seguro, mesmo que o caos interno, seja tamanho, que o simples ato de respirar, dói.

É estar presente e ser presente.

É ser livre e liberdade.

É só ser.

Por que esta é a última vez que escrevo sobre você, e a primeira sobre a minha liberdade.