Um Amor Além da Vida
Hoje, 29 de outubro de 2024, é um dia que marca não apenas a passagem do tempo, mas também a transição de uma existência para outra. Se você está lendo isso, é porque, de alguma forma, minha história ainda ressoa no mundo que deixei para trás. E, embora eu não esteja mais presente fisicamente, sinto que é importante compartilhar algumas reflexões sobre a vida que vivi e o que aprendi ao longo do caminho.
Quando olho para trás, vejo uma tapeçaria de momentos, entrelaçados por alegrias e tristezas, conquistas e desafios. A vida, com suas nuances, sempre foi uma jornada de aprendizado. Desde a infância, quando a curiosidade me levava a explorar cada canto do meu mundo, onde descobri o espiritismo até a adolescência, marcada por descobertas e a busca por identidade, cada fase foi uma oportunidade de crescimento. Lembro-me das risadas compartilhadas com amigos, das conversas profundas que me fizeram questionar e refletir, e dos silêncios que, muitas vezes, falavam mais do que palavras poderiam expressar.
A vida adulta trouxe suas próprias complexidades. Enfrentei desafios que testaram minha resiliência e, em muitos momentos, me vi à beira do abismo, suicídio de meu filho, lutando contra a escuridão que ameaçava consumir minha esperança. No entanto, foi nesses momentos de vulnerabilidade que descobri a força que reside dentro de mim. Aprendi que a fragilidade não é um sinal de fraqueza, mas uma parte intrínseca da experiência humana. Cada lágrima derramada, cada noite sem dormir, cada dúvida que me assaltou, foram passos necessários na minha jornada.
A morte, que agora me envolve, não é um fim, mas uma transformação. Sempre a vi como uma parte natural da vida, um ciclo que se completa. No entanto, ao me deparar com a minha própria mortalidade, percebo que a morte é também um convite à reflexão. O que deixamos para trás? Quais legados construímos? E, mais importante, como vivemos enquanto estivemos aqui?
Se eu pudesse deixar uma mensagem para aqueles que ainda habitam o mundo físico, seria esta: valorizem cada momento. A vida é efêmera, e muitas vezes nos perdemos em preocupações triviais, esquecendo-nos do que realmente importa. As conexões que fazemos, os amores que cultivamos, as memórias que criamos – são esses os verdadeiros tesouros que nos acompanham. Não deixem que o medo da dor ou da perda os impeça de amar intensamente. O amor é a força mais poderosa que conhecemos, e mesmo que a dor da separação seja inevitável, as lembranças que construímos juntos são eternas.
Sinto uma profunda gratidão por todas as experiências que vivi. No Espiritismo fui recebido pelos Guias e Sete Cancela está ao meu lado me ambientando com todo esse cenário então desconhecido Cada pessoa que cruzou meu caminho deixou uma marca indelével em minha alma. Agradeço aos amigos que estiveram ao meu lado, que me apoiaram nos momentos difíceis e celebraram comigo as vitórias. Agradeço à minha família, que me ensinou sobre amor incondicional e resiliência. E agradeço a mim mesmo, por ter tido a coragem de enfrentar meus medos e buscar a autenticidade em cada passo que dei.
Agora, enquanto me despeço deste mundo, convido todos a refletirem sobre suas próprias vidas. O que vocês desejam deixar como legado? Quais histórias gostariam de contar? A vida é uma narrativa em constante construção, e cada um de nós é o autor de sua própria história. Não deixem que o medo ou a dúvida os impeçam de escrever os capítulos mais significativos.
A morte não é o fim, mas uma nova jornada. E, embora eu não possa mais estar presente fisicamente, meu espírito viverá nas memórias, nas risadas e nas lágrimas que compartilhamos. Que cada um de vocês Renato meu filho, Fátima , veinha minha eterna esposa, Nega minha fiel escudeira, Vanderley meu ombro amigo, Estefany minha filha que sempre amei , Murilo meu irmão, Zé. Henrique meu Discípulo, Paulo meu amigo sempre ao meu lado consertando meus móveis, Serginho meu cliente amigo encontrem a luz em meio à escuridão, e que nunca se esqueçam de que, mesmo quando a vida parece desafiadora, sempre há um caminho de esperança a ser trilhado.
Com amor e gratidão,
Suaçui Minas Gerais 29 de Outubro de 2024
António Nascente