Carta para a Solidão

Amarga solidão,

Escrevo estas linhas com profundo pesar e alma ulcerada. Quem você pensa que é para invadir minha solitude durante esta noite sombria, apenas para me deixar no chão? Implorei clemência aos deuses para os desatinos da minha alma, mas parece que eles não querem mais me ouvir. Talvez estejam zombando da minha angústia nesta noite temporária!

Não fui um ser humano perfeito, mas sempre busquei melhorar meus maus hábitos dia após dia. Será que isso não conta? Já tive muitos amigos, afetos, afagos e lugares para morar. Agora, só me resta o velho amigo Maia e a mãe das minhas filhas, que nunca quer conversar. Ela também está perdida, buscando refúgio em tragos, trabalho e desejos com aquele que não quero mencionar. Contudo, você sabe de quem estou falando.

O amor tem seus mistérios, e sinceramente, estou farto desse jogo de amar. Acredito que Eros se diverte com aqueles que tentam trilhar os caminhos das paixões, apenas para se perderem no labirinto “coracional” de suas emoções. Sim, essas pobres almas que, como eu, buscam água onde o rio do amor já secou.

Raulzito, minha amiga, foi o único que encontrou felicidade ao perder o medo da chuva e descobrir que ninguém neste mundo é verdadeiramente feliz após amar uma vez.

Por fim, peço que vá embora e me deixe aqui sozinho com minha insônia e pensamentos insolúveis. Quem sabe assim eu consiga dormir um pouco e encontrar a paz dentro de mim.

P.S. Faça-me um favor, não volte nunca mais aqui!

Will Guará
Enviado por Will Guará em 12/11/2024
Reeditado em 12/11/2024
Código do texto: T8194902
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