Imperfeições de uma vida

A ancestralidade –

Sempre está presente diariamente.

Mas quando criança não nos damos conta de sua companhia,

E agimos com naturalidade.

Com o passar dos tempos,

Senti uma tomada de consciência,

Transformando-se no pulo do gato –

Um salto quântico.

***

Certo dia, com os pensamentos livres,

Andando pela rua,

A mente vazia.

Alguém de outro plano astral soprou aos meus ouvidos:

- “Você já conheceu a sua alma gêmea!”

Uma voz tão suave e melodiosa.

- Como assim? Não a reconheci!

Nenhuma resposta.

Ficou o completo silêncio.

Em tempos atuais,

Não apresento mais essa necessidade de está com alguém.

As linhas do destino nos leva em tantas direções,

Apresenta-nos tantas possibilidades.

Sem contar que, para viver neste grande teatro chamado Terra,

Você se ver obrigado a viver e a interagir com várias personalidades e caráter.

Muitas agem de forma duvidosa.

Compreendo que a minha vida não foi difícil,

Como também não foi fácil,

E, nem facilitada por alguém.

Desde cedo, fui moldada, fomentada a ferro e a fogo para me proteger.

Quem sabe esse meu comportamento atual seja resquício disso:

De evitar perigos e a maldade humana.

Mas quem sempre esteve comigo?

A proteção divina:

A espiritualidade,

A ancestralidade,

Principalmente, do meu povo negro e indígena.

Em tempos atuais, posso ser branca como uma cera,

Porém, lá trás, a melanina ditava as suas regras -

E com certeza, trago isso comigo.

Muitos tentaram apagar de minha consciência,

Qualquer sensação de pertencimento -

Que hoje vibra por minha essência.

***

Quando não se tem a oportunidade de se pronunciar,

Escrevo –

Para que nossos escritos possam alcançar distâncias permitidas e despertar o desejo para o entendimento.

***

Momentos marcantes,

Sejam eles felizes ou não,

Determinaram muito o que sou hoje.

Principalmente, a maneira como fui tratada,

E que de certa forma não mudou muito.

Observando vários lados de um mesmo prisma,

Amo a perspectiva da invisibilidade.

Onde as pessoas estão à um palmo e não me enxergam.

Confesso que não é de todo ruim,

Evita bastante coisa –

Prendendo-me ao meu verdadeiro eu.

Não querendo me transformar em alguém que não sou:

Fútil.

***

Não importa o que aconteça,

Há toda uma egrégora caminhando ao nosso redor –

Protegendo-nos, se assim, o permitirmos que se faça.

Todos esses espíritos desencarnados,

Sempre tiveram a missão de nos proteger.

E enviando pessoas encarnadas para também o fazer.

Não que tenhamos algum merecimento,

Todos na Terra o tem!

Mas que por algum motivo, não tem permissão para não interferir no livre arbítrio alheio.

***

Acredito que faço alguma menção de quem seja essa alma gêmea.

Portanto, como disse,

Não soube reconhece-la.

Porque quando se apresentou,

Já carregava alguns de meus traumas.

Sem intenção, despertou-me um gatilho.

Naquela época não falávamos sobre este assunto.

E nós dois ficamos sem saber o que de fato aconteceu,

A imaturidade sentimental gritava.

Mas tudo bem...

Sobrevivemos ao caos dos anos noventa.

Sem falar sobre outro aspecto, a vida era bem mais tranquila,

Sem frequentes ameaças.

Hoje em dia,

Só desejo uma vida mais equilibrada,

Depois de todos os riscos,

E de tantas turbulências -

Deixei para trás,

Qualquer inquietação.

Guardei em uma gaveta do coração,

O amor romântico dos contos de fadas.

Já que as minhas experiências não foram muito bem como as planejei.

Os felizes para sempre, surtiu efeito quando tomei as minhas próprias rédeas,

Permitindo ficar quieta com a minha paz de espírito,

Preferindo ser a bruxa da história.

Não são todos que estão preparados para possuírem a tal da responsabilidade afetiva,

Seja em qualquer tipo de relacionamento.

Então, optei por ser responsável por minha pessoa,

Ainda mais quando se está em pleno ano de dois mil e vinte e quatro.

E pelo andar da carruagem,

Não encontrarei a tal da alma gêmea.

Porque possuímos vidas bem distintas,

E para falar a verdade,

Está bem confortável por aqui.

***

A vida flui –

Segue o seu curso.

Não posso ser a melhor pessoa do mundo,

Não há problema em não ter um diploma,

Ou realizar um discurso pronto.

Cada um fez e realiza as suas escolhas –

Eu fiz e faço as minhas.

Nenhum arrependimento,

Porque hoje sou o que me tornei a partir delas.

Seguirei o meu caminho,

Por aqui traçando cada rota –

Até quando Deus me permitir.

Sendo luz na vida de alguém,

Ou de quem precisar.

Sejamos luz!

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 08/11/2024
Código do texto: T8192638
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.