O Silêncio que ficou
E o silêncio que ficou após a partida dele é como um vazio imenso, que engole todos os sons e todos os gestos. O tempo, que antes parecia espremido por cada segundo ao lado dele, agora passa lentamente, como uma maré que recua, deixando o cenário desolado e sem cor. O céu, cinza, se torna um espelho da dor, da ausência. É como se o mundo tivesse parado de girar, mas o coração ainda continuasse batendo, apesar de tudo.
Os passos dele, tão silenciosos ao se afastar, deixaram um eco profundo em seu ser, e, na ausência do som, fica a angústia de não ter sido capaz de segurá-lo, de não ter conseguido fazer com que ficasse. E, no entanto, o coração, que é sempre o último a aceitar o que a mente já sabe, se vê, mais uma vez, forçado a aprender a soltar, a deixar ir o que não quer ficar.
O rio que corre pelo canto do olho é um reflexo dessa dor interna, que, sem palavras, toma forma e escorre, levando com ele os pedaços de um amor que não pode ser retido, de uma esperança que se desfaz. O grito inaudível do coração, que implora para que a dor cesse, é o lamento de quem deseja o abraço desfeito, aquele que nunca chegou a acontecer, mas que ainda vive em algum lugar de seus sonhos.