O Monstro dos Meus Sonhos

Você é um monstro. Seu toque me causa arrepios a contrapelo. O peso dos seus olhos escuros sobre o meu estilhaça minha alma. Do seu lado, torno a ser uma criança assustada, indefesa. Você avança, rompe meus limites e sorri. Minha mente queima quando seu perfume invade meus sonhos. Meus pensamentos fogem da ordem e me carregam como uma multidão descontrolada. Levanto-me, ando, corro, cresço, em guarda, em fortaleza, em força, estável. Furtivamente, sua silhueta lampeja na vista, e eu caio, paro, diminuo, desarmado. Assediado, desnudo, você me deixa. Eu sou simetria e você me torna barafunda. Neste vendaval, apareço por um respiro de paz e serenidade. Maldito monstro da pele de lã, do sorriso de pérolas, dos olhos de mistério escondido e imensurável. Você me corta, rasga minha pele. Sangro a doença grega, inexplicável veneno que você me deu. Agora, como não me esmorecer para o frio que me deixou? Não existe mais brilho.