O som do silêncio - daqueles traços que não ficaram azuis.
O som do silêncio tem agora o sabor dessas lágrimas que pingam nas folhas amassadas deste caderno enxarcado.
Sua voz rasga o silêncio que me esvazia; e o silêncio de sua ausência tritura a inocência do me coração aflito.
Eu tentei sintonizar a frequência das oscilações da sua alma, mas tudo que minha antena captou foram os ecos do ruído branco emitido pela insignificância da minha própria existência. Mas não existe culpa, a dor nem é tão profunda, é apenas um esvaziamento de sensações. O amor é como um ouriço que lança espinhos dolorosos e mesmo sabendo disso quero tomá-lo em meus braços e acariciá-lo.
Lamento ter que usar as flores que cultivei com tanto empenho para velar os meus sonhos.
E todo aquele solo fértil, onde sementes de esperança foram plantadas, figura agora a vastidão de um cemitério com uma infinidade de sonhos sepultados.
Mas não se incomode com o aspecto fúnebre deste desabafo. Há positividade nesse meu pranto. Os sonhos morreram, mas o amor sobrevive.
O amor que lhe dedico converte-se em uma representação divina, e assim desejo-lhe com carinho:
"Vá com Deus, querida Roxana". Meu amor materialisa as suas asas, que te levarão para onde você quiser chegar...