Meio-dia

Caríssimos Pais...

Eu iniciei essa carta ao meio dia. Em âmbito mental. Espero que ela os encontre bem.

Não é só isso. Eu já estou me mudando para a antiga casinha da rua de casa. Sinto alguma semelhança entre ela e aquela outra, no fundos da Tia Marlene. Há Paz e Felicidade aqui. Essa mudança tem um valor simbólico enorme. Estou tentando me guiar mais pela voz da intuição. (Todos os dias choro de Saudade de Vocês Dois... Desculpem...).

À noite eu gosto de me agachar no quintal e fazer carinho nas crianças e conversar com elas. Elas vão se achegando e se amontoando. Estão Felizes.

Todos os dias são um enorme aprendizado, Pai e Mãe. Agora, sem Vocês Dois, eu preciso duplicar minha atenção à minha intuição. É como se Vocês falassem por ela.

Eu não quero mais tomar o Vosso Tempo (ainda que Vocês talvez disponham de muito mais tempo que esse reles mortal...)

Mãezinha, Deus Vos abençoe incondicionalmente. E ad eternum. Logo mais eu devo enviar outra carta.

Vosso Filho e Servo,

F...