Carta para o Maia
Bom dia, meu velho amigo!
Tudo bem contigo? Hoje parei para escrever-te esta carta com a intenção de relatar alguns acontecimentos. As coisas por aqui não estão tão ruins. Tenho trabalhado muito nas escolas e feito alguns freelances como segurança e pintor. O mais engraçado é que quase nunca sobra dinheiro para fazer uma viagem.
Segundo os estoicos, somos a soma do que pensamos e vibramos. Talvez seja este o motivo para essa vida morna. Tenho pensado muito naqueles dias em que, com alegria, sonhávamos com o verdadeiro amor. Acho que sempre amei de forma equivocada, pois minha companheira diz não mais me amar e quer a separação. Acho que isso se deu após colocarmos as cartas sobre a mesa. Confesso que tive minha parcela de culpa, mas isto é assunto para outra carta.
Caramba, estou falando de mim e nem perguntei como estão os dias por aí, não é mesmo? Conte para mim: como vai a vida nessa terra da garoa? Já faz um tempo que não piso neste saudoso solo! Conte como vai sua amada e o pequeno Vicente. E o trabalho? Conseguiu abrir seu consultório particular para fazer atendimentos psicológicos?
É, meu velho, tenho que concordar com Leone: os dias andam estranhos. Eu te entendo… também queria um pouco de calor. Sabe, tenho vivido na corda bamba desta vida. Às vezes, parece que tudo está por um fio, mas eu vou seguindo e fazendo poesia. Para ser sincero, já nem sei mais se sou mesmo poeta, mas como disse anteriormente: isso é assunto para outra carta.
Espero que esta carta te encontre bem e que você não desista dos teus objetivos por nada, nem porque alguém disse que era impossível, mesmo que esse alguém seja você mesmo.
P.S. Clara e Marina mandam um beijo para vocês.