Grãos de café
Que virtuoso é acordar num domingo, ao som de Adoniran Barbosa, cantando os versos de Saudosa maloca e depois se acabando aos prantos, chorando o que se parecem com o dilúvio.
Oh, meu Deus, por mais santificado que o senhor seja, por que eu, logo eu.
Não agora sem mais eu, e sim ele, como poderia imaginar que meu raro amor veraneio veio ao seu leito na praia do Cedro, no dia que eu pensei que seria meu casamento.
Não consigo mais suportar, com essa dor só se resta o lamento, para depois o acolhimento, mas como posso ser acolhida depois de minha vida antiga abandonar.
Meus parentes todos distantes e tudo tão obstante, se soubesse que sua vida tiraria de maneira tão crua e deliberada, nunca me recolheria ao teu colo.
Mentiras, fábulas, verdades mal lavadas, forá o que me fez, como ousou me largar sem nem mesmo falar, apenas deixando para trás um papel velho e sujo, borrado de café com rabiscos Intangíveis com tinta de lula.