Carta
Carta do meu filho,
meu amor.
Camboriú, 22 de agosto de 2024
Mamãe
Na nossa jornada, partilhamos a travessia de tantas fases da vida, dias de alegria se entrelaçaram com os momentos de desafio. Tivemos épocas em que o brilho das nossas conquistas iluminou tudo ao redor, escrevendo na nossa memória os traços da felicidade. Outros momentos menos fortuitos, porém trouxeram sombras que nos ensinaram a arte da resiliência, que me moldaram para os desafios da vida, que hoje conduzo nessa solitária jornada.
Esse tempo todo, mamãe, foi você a presença marcante e a fonte de inspiração e resplandecência, e em cada sorriso que entregava, mesmo diante dos fardos que a vida nos impôs. Seu espírito, indomável e alegre - que também reconheço em mim - jamais deixou-se submergir pelas tristezas, e sempre irradiou amor em cada gesto, em cada olhar, e até em cada conselho mais duro. Você, que soube transmutar suas dores em alegria, ensinando-me, sem palavras, que o verdadeiro brilho reside na capacidade de amar a vida e, assim, ser também amado e respeitado.
Hoje, à distância, ao compreender melhor o valor das pedras que os pais encontram ao longo da sua caminhada, vejo que elas são as verdadeiras joias que só expressam, de forma incompreendida, o brilho do imenso amor que carregam. Imperfeições que, longe de maculá-los como figuras de titãs, apenas engrandecem a imensidão desse amor desmedido. Você mamãe, que sempre esteve à frente, guiando e iluminando com sua presença, é, sem dúvida, uma dessas almas raras e magníficas, por quem nutro meu mais profundo amor e respeito.
Neste dia, que lhe pertence por direito, a felicidade parece se intensificar ao seu redor iluminando todos aqueles que tem o privilégio de partilhar de sua presença - por quem nutro uma branca inveja! É você, com sua luz própria, que enche o ambiente e os corações que toca. Não há quem não seja cativado pela sua essência, quem não reconheça a grandeza que, em você, habita. Um feliz dia, hoje, tão importante também para mim. Amo você por todo o sempre!
Seu filho distante, mas sempre presente,
Jean Antonio