Ouço a Voz da Inércia

Prezado(a) leitor(a),

Quando me vi solitário, ouvindo um “zum-zum” de cantoria, lembrei-me daquelas ocasiões não tão longínquas, nas quais conheci a empolgação juvenil. Não que fosse uma má cantoria; pelo contrário, o uso anterior de onomatopeia se dá pela tenacidade da cantora em vender sua arte, algo que, definitivamente, é sublime.

Voltei a refletir se uma despedida foi uma decisão acertada, numa nova agressão contra minhas próprias resoluções, que são pouco influenciáveis. Aquele som, em contrapartida, parecia indicar o caminho a seguir. Tal qual uma voz a sussurrar: "A ocasião te convida a surgir, que seja agora, pois o atraso te jogará para o ostracismo."

A verdade é que venho sendo sabotado por esse afã de tornar do presente uma mera imitação do passado, e já fui alertado de que isso é um chafariz de frustrações. Mas, conhecendo-me melhor do que qualquer um, sei que farei jus à leitura de García Márquez e deixarei a prudência para quando de nada me servir. Até lá, fruirei dessa intensa vivência, pois é ela que apoia sofríveis versos.

Este é um breve desafogo que, por fim, não me guiará a algum lugar.

Cordialmente,