Para Meu Morango Doce

Como estás, meu amor? Sinto sua falta. Desde que você se foi, pude sentir o amargo do café gelado, a pia da cozinha vazia, a escuridão sendo cortada pelos raios solares que entram pela fresta da cortina.

Agora que você se foi, eu entendi quem sou. Precisei te perder para me encontrar. O vazio e o medo já não fazem mais parte de mim. O frio na barriga ao me convidar para sair... ah, como eu queria reviver esse medo.

Te fiz esperar, e hoje percebo o quanto fui tolo. Você me deu tanto amor, me transformou em um homem incrível. Sou grato pela sua breve estadia na minha realidade, uma realidade que agora habita meu coração amoroso e bondoso, mas marcado pela dor da sua ausência.

Você, que me amou, que me fez sentir amado, me ensinou o que é o amor, me deu seu coração... e minha ingenuidade não soube como amar tanto amor.

Há tempos, te vi da janela de um ônibus, no seu trabalho. Pensei em descer e correr até você para te abraçar, mas parecia irreal que você ainda pudesse sentir algo por mim.

Eu te amo, meu menino, com carinho; seu morango azedo.